Classificação e diagnóstico das doenças mentais
No campo da medicina, a classificação das doenças encontra-se em constante alteração, assim como o conhecimento das mesmas. De forma semelhante, na psiquiatria, o conhecimento da função cerebral e de como ela é influenciada pelo ambiente e outros factores está a tornar-se cada vez mais complexo. Apesar dos avanços, o conhecimento dos mecanismos intrincados envolvidos no funcionamento cerebral encontra-se ainda no seu início. No entanto, como muitos estudos de investigação demonstraram que as doenças mentais se podem distinguir entre si com um elevado grau de fiabilidade, estão a ser elaborados protocolos de diagnóstico cada vez mais precisos.
Em 1952 foi publicado pela primeira vez o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (Manual Diagnóstico e Estatístico das Perturbações Mentais) (DSM-I), da Associação Americana de Psiquiatria, cuja 4.ª edição, DSM-IV, foi publicada em 1994. Este manual proporciona um sistema de classificação que tenta separar as doenças mentais em categorias diagnósticas baseadas tanto nas descrições dos sintomas (o que dizem e como actuam os pacientes em relação aos seus pensamentos e sensações) como no curso da doença.
A Classificação Internacional das Doenças, 9.ªRevisão, Modificação Clínica (ICD-9-CM), um livro publicado pela Organização Mundial de Saúde, utiliza categorias diagnósticas semelhantes às do DSM-IV. Esta semelhança sugere que o diagnóstico das doenças mentais específicas está a ser feito de uma forma mais consistente e normalizada em todo o mundo.
Houve avanços nos métodos de diagnóstico e estão disponíveis novas técnicas de neuroimagem, incluindo a tomografia axial computadorizada (TAC), a ressonncia magnética (RM) e a tomografia de emissão de positrões (TEP), um tipo de gamagrafia que mede o fluxo sanguíneo em áreas específicas do cérebro. (Ver secção 6, capítulo 60) Estas técnicas de imagem estão a ser utilizadas para representar a estrutura e a função cerebrais em pessoas com comportamentos normais e anormais, proporcionando assim aos cientistas um maior conhecimento acerca de como funciona o cérebro humano, com e sem doenças mentais. Estas investigações, que conseguiram diferenciar uma perturbação psiquiátrica de outra, conduziram a uma maior precisão no diagnóstico.
|