[editar] O primeiro anarquista autoproclamado
Na época em que
Proudhon assumiu a denominação de "anarquista" o termo era considerado ofensivo e pejorativo pela maior parte dos libertários.
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Pierre-Joseph Proudhon é considerado o primeiro anarquista auto-intitulado, uma classificação que ele adotou em sua primeira obra O que é a Propriedade?, publicada em 1840. Por essa razão alguns consideram Proudhon como o fundador da teoria anarquista moderna.[13] Ele é o autor da teoria do ordenamento espontneo na sociedade, onde a organização emerge sem um coordenador central para impor suas próprias idéias de ordem contrra as vontades de indivíduos agindo em seus próprios interesses; seu famoso mote sobre esta questão é, "Liberdade é a mãe, não a filha, da ordem."
Em "O que é a Propriedade?" Proudhon responde a questão seu famoso mote em tom de denúncia "Propriedade é um roubo". Nesse trabalho, ele se opõe a instituição da "propriedade" (propriété), em que os donos possuem direitos plenos de "usar e abusar" de sua propriedade da forma como desejarem.[14] Em contraste ele defende o que chama de "possessão", ou propriedade limitada de recursos e bens apenas quando em utilização mais ou menos continuada. Posteriormente, no entanto, Proudhon afirmaria que "Propriedade é Liberdade", e argumentaria que é ela a única proteção contra o poder do estado.[15]
Sua oposição ao estado, à religião instucionalizada, e à certas práticas capitalistas inspiraram libertários que vieram depois dele, transformando-o em um dos principais e mais influentes pensadores de seu tempo.
Enquanto ele se opunha ao comunismo, a política de aluguéis e aos favorecimentos na remuneração por trabalho, também se opôs a escravidão do salário capitalista (i.e. lucrar em cima do trabalho de outrem).[16]
Proudhon defendia como sistema econômico alternativo o mutualismo, chamandoo os trabalhadores a se auto-organizarem em sociedades democráticas, com condições igualitárias para todos os seus membros, em prol do colapso do feudalismo". Sob o capitalismo, argumentava, os empregados são "subordinados, explorados" e a "condição permanente daquele que obedece, é a escravidão".
As idéias de Proudhon tiveram grande influência nos movimentos da classe operária francesa, e seus seguidores foram ativos na revolução de 1848 na França bem como durante a Comuna de Paris em 1871. No entanto, nas duas ocasiões havia outros grupos de anarquistas ativos que ora concordavam, ora faziam frente aos seguidores de Proudhon. Entre os anarquistas que participaram da Revolução de 1848 na França estão incluídos Anselme Bellegarrigue, Ernest Coeurderoy eJoseph Déjacque, este último foi a primeira pessoa a se autodeclarar um "libertário". Déjacque foi também um crítico do antifeminismo de Proudhon e de seu mutualismo, adotando uma posição anarco-comunista.[17]
Outros anarco-comunistas, como Kropotkin, posteriormente também discordariam de Proudhon por sua defesa da "propriedade privada" na produção do trabalho (i.e. trabalhos, ou "remuneração pelo trabalho feito") ao invés da livre distribuição de produtos do labor.[18]