Confrontos com os holandeses em África (1597-1663)
A partir da década de 1620, no contexto da Dinastia Filipina, o império português sofreu grandes reveses ao ser envolvido nos conflitos que a Espanha travava com a Inglaterra, a França e a Holanda, que tentavam estabelecer os seus próprios impérios.[8] Portugal seria arrastado, sem verbas e sem capacidade para enviar exércitos para as regiões atacadas por forças bem preparadas.
Os holandeses, envolvidos na guerra dos Oitenta Anos com Espanha desde 1568, atacavam por mar colónias e navios. O império português, constituido sobretudo de assentamentos costeiros, vulneráveis a ser tomados um a um, tornou-se um alvo fácil.[9]
A Guerra Luso-Holandesa começou com um ataque a São Tomé e Príncipe em 1597. Foi travada pelas Companhias Holandesas das Índias Orientais e Ocidentais, com o objectivo de tomar as redes de comércio portuguesas de especiarias asiáticas, escravos da África ocidental e açúcar do Brasil.[9]
Após vários confrontos no oriente e no Brasil, começaram os ataques nos postos comerciais da costa oeste africana, visando assegurar escravos para a produção de açúcar em territórios conquistados no Brasil. Em 1638 os holandeses tomaram São Jorge da Mina na Guiné, Luanda em 1641 e Axim, no actual Gana, em 1642.[10]
Em 1640 Portugal restaurou a independência, restabelecendo a aliança com a Inglaterra que, embora tenha apoiado, em breve viria a desafiar os Holandeses.
Em 6 de Abril de 1652 o mercador da VOC Jan van Riebeeck establece perto do Cabo da Boa Esperança um posto de reabastecimento, que se tornaria na Cidade do Cabo, permitindo aos holandeses dominar a rota do cabo, de comércio para o oriente.
Em 1654 a frota de Salvador Correia de Sá e Benevides conseguiria recuperar o Brasil e Luanda, embora Portugal tenha perdido para sempre a proeminência na Ásia. Os Holandeses, temendo perder os territórios já conquistados, acabariam por selar definitivamente a paz em 16