[editar] O Uruguai contemporneo
Imagem de Montevidéu na actualidade
As reformas económicas de Sanguinetti visavam atrair o investimento e capital estrangeiro e tiveram algum sucesso na estabilização da economia. Para a promoção da reconciliação nacional e facilitar o retorno ao funcionamento democrático das instituições, Sanguinetti conseguiu aprovar por plebiscito uma controversa amnistia geral aos líderes militares acusados de violações dos direitos humanos durante a ditadura, e acelerou a libertação dos antigos guerrilheiros.
As eleições de 1989 foram vencidas por Luís Alberto Lacalle, do Nacional, que governou no perído de 1990 a 1995. Lacalle, além de fazer o Uruguai aderir ao Mercosul em 1991, empreendeu grandes reformas estruturais liberalizando e privatizando a economia, apesar de algum sucesso económico, estas medidas deram origem a uma grande oposição política, que chegou a conseguir anular algumas das reformas por referendo.
Nas eleições de 1994 Sanguinetti voltou a ser eleito, embora sem maioria no parlamento, tendo por isso o Colorado e o Nacional encetado uma coligação governamental. As reformas económicas continuaram e o sistema eleitoral, a segurança social, a educação e a segurança pública foram também revistos. A economia cresceu de forma estável durante a maior parte do mandato até que os baixos preços das mercadorias e dificuldades económicas nos maiores mercados para os quais o Uruguai exportava conduziram a uma recessão em 1999 que continuou até 2002.
As eleições de 1999 decorreram-se sob as alterações introduzidas pela revisão constitucional de 1996. Primárias em Abril decidiram candidatos únicos para cada partido e as eleições decorridas em Outubro determinaram a representação para a legislatura. Como nenhum candidato obteve maioria, em Novembro houve uma segunda volta na qual Jorge Batlle Ibáñez do Colorado e com o apoio do Nacional, derrotou Tabaré Vázquez o candidato da Frente Amplio. Os partidos vencedores continuaram a sua coligação legislativa, pois isoladamente não conseguiam ultrapassar os 40% da Frente Amplio, esta coligação acabou em Novembro de 2002, quando os blancos se retiraram dos seus ministérios, embora continuassem a apoiar os colorados na maioria dos temas.
O mandato de Batlle foi marcado pela recessão e incerteza económica, pela desvalorização do real no Brasil em 1999, os surtos de febre aftosa em 2001 e finalmente com o colapso político-económico da Argentina. O desemprego elevou-se para perto dos vinte por cento, o valor real dos salários diminuiu e o peso desvalorizou-se, tendo sido relegados para a pobreza quase quarenta por cento dos uruguaios.
Com o piorar das condições económicas a opinião pública virou-se contra as políticas económicas de mercado comum, adoptadas pelo governo de Batlle e os seus antecessores, levando à rejeição em plebiscito das propostas para a privatização da companhia estatal de petróleo em 2003 e da companhia estatal de água em 2004.
Em 2004 os uruguaios elegeram Tabaré Vázquez como presidente, dando à Frente Amplio, a maioria nas duas cmaras do parlamento. O governo comprometeu-se a continuar os pagamentos da dívida externa do Uruguai e também prometeu combater fortemente os problemas generalizados da pobreza e do desemprego.
A construção de uma fábrica de papel em Fray Bentos - o maior investimento da história do país, feito pela empresa finlandesa Botnia, de 1,7 bilhões de dólares - às margens do rio Uruguai provocou grande tensão entre o governo dos dois países ao longo de 2006. A Argentina levou representação contra a instalação da indústria ao Tribunal Internacional de Haia em 2006; todavia, a decisão favoreceu o Uruguai. Moradores da localidade argentina de Gualeguaychú, localizada na outra margem do rio, bloquearam por diversas vezes a ponte que une os dois países, alegando prejuízo ambiental e turístico diante da poluição gerada no processamento da celulose. [2]
Referências