Cncer de Ovário
Introdução
Qualquer tumor maligno que começa nos ovários é chamado câncer ovariano. O câncer ovariano responde por 4 por cento de todos os cânceres nas mulheres. Calcula-se que foram diagnosticados 23.300 novos casos de câncer ovariano nos Estados Unidos no ano de 2002, de acordo com as estatísticas publicadas pela Sociedade Americana do Câncer.
O câncer ovariano aparece de três formas. Os cânceres que se formam na superfície do ovário (carcinoma epitelial) são sem dúvida os mais comuns. Os cânceres que se formam nas células produtoras da célula ovo (tumores de células germinativas) e no tecido conjuntivo ao redor dos ovários (tumores do estroma) são menos comuns.
A doença não causa freqüentemente nenhum sintoma até que se esparrama além dos limites dos ovários. É difícil um médico descobrir o tumor durante um exame pélvico numa fase precoce. Isto ajuda a explicar por que o câncer ovariano resulta mais freqüentemente em morte que outros cânceres ginecológicos. O câncer ovariano responde por mais mortes que qualquer outro câncer do sistema reprodutivo feminino. Calcula-se que 13.900 mulheres morreram de câncer ovariano nos Estados Unidos durante o ano de 2002, de acordo com as mais recentes estatísticas.
Uma vez a doença se espalha para outros órgãos, os sintomas começam. E mesmo assim os sintomas (aumento da freqüência da diurese – urina - ou o inchaço, por exemplo) podem não ser notados, ou ainda podem ser atribuídos a problemas menos sérios. Por estas razões, aproximadamente 75 por cento dos casos de câncer ovariano não são identificados até as fases mais avançadas e perigosas da doença.
Considerando que a doença causa poucos ou vagos sintomas durante suas fases de desenvolvimento, os médicos têm trabalhado para elaborar exames de triagem que permitirão sua descoberta precoce. As causas exatas da doença são desconhecidas, mas vários fatores de risco já foram identificados. A doença tem um componente genético (herdado), e mulheres que tiveram uma parente em primeiro-grau (uma irmã, mãe ou filha) diagnosticada com câncer ovariano, têm um risco mais alto de desenvolver a doença; como as mulheres que têm um parente que teve um câncer de mama ou de cólon (intestino grosso). Além disso, a probabilidade de uma mulher desenvolver um câncer ovariano aumenta com a idade. A maioria dos cânceres ovarianos acontece em mulheres acima da idade dos 50 anos, e o risco mais alto está nas mulheres acima dos 60. Mulheres que nunca tiveram filhos estão sob maior risco para o câncer ovariano.
Quadro Clínico
O câncer ovariano normalmente não produz sintomas óbvios até seu desenvolvimento e, mesmo assim, os sintomas podem ser interpretados como sinais de uma doença menos importante. Os sintomas do câncer ovariano podem incluir:
- Desconforto abdominal e dor
- Inchaço
- Náuseas
- Diarréia
- Urina freqüente
- Ganho ou perda de peso súbitos
- Hemorragia vaginal anormal.
Diagnóstico
Ocasionalmente, o ginecologista pode descobrir sinais de câncer ovariano (um ovário duro e aumentado) em uma fase precoce. O Ultra-som pélvico pode ajudar a diagnosticar a doença em uma fase precoce. Porém os ovários aparecem freqüentemente normais durante as fases iniciais do câncer ovariano.
Os exames de sangue também podem ajudar a confirmar o câncer ovariano identificando níveis elevados do marcador CA-125 no sangue (uma proteína geralmente encontrada em níveis elevados em mulheres que têm câncer ovariano).
A utilidade deste exame é limitada porque o CA-125 pode estar elevado em muitas condições não cancerosas. Exames de imagem como a Ultra-sonografia, a Tomografia Computadorizada (a TC) ou a Imagem de Ressonância Magnética (IRM) também podem ser usados para identificar as alterações da forma ou o aumento dos ovários e outras características que podem indicar mudanças cancerosas. O único modo de fazer um diagnóstico de certeza do câncer é obter uma amostra do tecido anormal e encaminhá-lo a um patologista que irá examiná-lo completamente para ver as mudanças cancerosas.
Prevenção
Mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais têm um risco mais baixo para o câncer ovariano (um risco de vida 50 por cento mais baixo), possivelmente porque estas drogas previnem a ovulação. Acredita-se que a amamentação, que também reduz o número de vezes que a mulher ovula, pode reduzir o risco de câncer ovariano. Acredita-se também que reduzir a quantidade de gordura na dieta ajuda a baixar o risco.
Tratamento
A cirurgia é o tratamento habitual para o câncer ovariano. Na maioria dos casos, os ovários, as trompas, o útero e o colo do útero estão afetados, e em alguns casos o omento (um tecido fino, semelhante a um avental, que cobre o estômago e os intestinos) e os linfonodos circunvizinhos também podem estar afetados.
Menos freqüentemente, a quimioterapia e a radioterapia também podem ser necessárias para matar as células do câncer restantes. Ambos tratamentos também matam células saudáveis que podem causar efeitos colaterais e medidas adicionais podem ser usadas freqüentemente para reduzir estes efeitos colaterais.
Qual Médico Procurar?
É importante consultar o ginecologista quando quaisquer dos sintomas de câncer ovariano aparecerem. Tão importante quanto, é fazer o exame ginecológico regular (a cada 6 meses), e ser particularmente cautelosa quanto aos sintomas, se você têm um risco aumentado para o câncer ovariano.
Prognóstico
Como em qualquer câncer, o prognóstico depende do quão distante a doença avançou quando o tratamento for iniciado. Se o câncer ovariano é diagnosticado e tratado antes do câncer se esparramar além dos limites do ovário, a taxa de sobrevivência de cinco anos é de 95 por cento, mas somente 25 por cento de todos os cânceres ovarianos são achados nesta fase precoce.
Em geral, mulheres mais velhas com câncer ovariano tendem a ter um prognóstico pior que as mulheres mais jovens. Aproximadamente 78 por cento de todas as pacientes com câncer ovariano sobrevivem um ano depois do diagnóstico. Mais de 50 por cento sobrevivem além de cinco anos pós-diagnóstico. |