Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Os estados cruzados, ou estados latinos do oriente, foram alguns estados feudais, existentes na sua maioria nos séculos XII e XIII, criados pelas cruzadas dos reinos da Europa Ocidental na Ásia Menor, Grécia, Síria e Terra Santa (actuais Israel e Palestina). Todos acabaram por ser reconquistados pelos exércitos islmicos do Oriente Médio.
Mas a expressão também pode significar outras conquistas territoriais, geralmente pequenas e de pouca duração, do mundo cristão medieval contra adversários muçulmanos e pagãos.
Apesar de a Reconquista cristã de al-Andalus, na Península Ibérica, aos mouros arabo-berberes, se encaixar no mesmo perfil das cruzadas, não é costume chamar os estados católicos daí resultantes de estados cruzados.
Os primeiros quatro estados cruzados foram criados no Levante imediatamente após a Primeira Cruzada:
- Condado de Edessa, fundado em 1098, perdido em 1144
- Principado de Antioquia, fundado em 1098, perdido em 1268
- Reino Latino de Jerusalém, fundado em 1099, perdido em 1291, quando a cidade de Acre caíu. Este tinha vários senhorios vassalos, sendo os quatro principais:
- Condado de Trípoli (na actual cidade libanesa, não na capital líbia), fundado em 1104, a cidade de Trípoli foi conquistada em 1109 mas o condado só foi perdido em 1288
O Reino Arménio da Cilícia originou-se antes das cruzadas, mas o papa Inocêncio III concedeu-lhe o estatuto de reino e posteriormente foi semi-ocidentalizado pela dinastia francesa da Casa de Lusignan.
-
O Reino de Chipre foi fundado durante a Terceira Cruzada por Ricardo Coração de Leão, quando conquistou Chipre no seu trajecto para a Terra Santa. A ilha foi estabelecida como reino e este foi oferecido ao deposto rei de Jerusalém, Guy de Lusignan, em 1192. Perdeu-se em 1489, quando a sua última rainha o vendeu a Veneza. Posteriormente foi concedido aos cavaleiros da Ordem do Hospital, mas nunca foi verdadeiramente aproveitado como posto avançado e caiu em declínio antes de ter sido perdido em uma insurreição.
Depois da Quarta Cruzada os territórios do Império Bizantino foram divididos em vários estados, iniciando-se o chamado período da "Francocracia" (em grego φραγκοκρατία):
Várias ilhas, de entre as quais Creta (1204-1669), Eubéia (Senhorio de Negroponte até 1470), e as ilhas Jónicas (até 1797) estiveram sob o domínio da República de Veneza.
Estes estados enfrentaram ataques dos estados sucessores gregos do Império Bizantino, como o Império de Nicéia e o Despotado do Épiro, bem como do Segundo Império da Bulgária. Tessalónica e o Império Latino foram reconquistados pelos gregos bizantinos em 1261. Os descendentes dos cruzados continuaram a governar em Atenas e no Peloponeso (na época chamado de Moreia - Despotado da Moreia) até ao século XV, quando a área foi tomada pelo Império Otomano.
A ordem militar dos Cavaleiros do Hospital estabeleceu-se em Rodes e em várias outras ilhas do mar Egeu em 1310. Mantiveram-se, chegando regularmente novos reforços, até os otomanos finalmente os expulsarem para Malta em 1522.
[editar] Feudos mediterrnicos menores
Houve várias outras pequenas entidades feudais (a definição de estado pode tornar-se confusa) resultantes de cruzadas menores contra o Islão no Mediterrneo, tais como:
[editar] Cruzadas do Norte
-
Na região do Báltico, as tribos indígenas na idade média começaram por recusar firmemente o cristianismo. Em 1193 o papa Celestino III incentivou duas ordens religiosas de cavaleiros, os Irmãos Livônios da Espada e os Cavaleiros Teutónicos, a invadir e subjugar os pagãos: prussianos, lituanos e outras tribos habitantes da Estónia, Letónia e Prússia Oriental. Este período bélico é chamado de Cruzadas do Norte.
[editar] Bibliografia