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HISTORIA: Condado de Edessa
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De: NATY-NATY  (Mensaje original) Enviado: 10/12/2009 20:07

Condado de Edessa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Condado de Edessa
Condado de Edessa

Condado autónomo, vassalo
do Reino Latino de Jerusalém

1095 – 1149

Brasão de Edessa

Brasão

Localização de Edessa
O Próximo Oriente em 1135, com os estados cruzados em tons de verde. É possível ver o Condado de Edessa atravessado pelo rio Eufrates, com Turbessel a oeste e Edessa a leste, assinalada por uma estrela.
Continente Ásia
País Actual Turquia
Capital Edessa
Língua oficial Francês e Armênio
Religião Ortodoxia arménia, Cristianismo ocidental
Governo Suserania heriditária
Condes de Edessa
 • 10981100 Balduíno I, filho adoptivo de Teodoro de Edessa
 • 11001118 Balduíno II, primo de Balduíno I
 • 11191131 Joscelino I, primo de Balduíno II
 • 11311159 Joscelino II, filho de Joscelino I (apenas titular a partir de 1149)
 • 1159-c.1190 Joscelino III, filho de Joscelino II (apenas conde titular)
Governadores ou Regentes
 • 1095-1098 Teodoro de Edessa, governador arménio de Edessa
 • 11041108 Tancredo da Galileia, regente
 • 11041108 Ricardo de Salerno, governador
 • 1118 Galéran du Puiset, senhor de Bira, governador, primo de Balduíno II
Período histórico Idade Média
 • Teodoro de Edessa é reconhecido senhor de Edessa 1095
 • Balduíno I herda o território e torna-o num condado cristão 9 de Março de 1098
 • Zengi conquista a cidade de Edessa 24 de Dezembro de 1144
 • Nur ad-Din conquista Turbessel 1149
Membro de: Estados cruzados

O Condado de Edessa foi um dos estados latinos do Oriente criados durante a Primeira Cruzada. Tinha a sua capital em uma cidade com uma longa história e uma prévia tradição de cristianismo: Edessa, hoje a cidade de Şanlıurfa, na província homônima na Turquia.

Este estado cruzado diferenciava-se dos outros por ser o único não costeiro ao mar Mediterrneo. Estava afastado dos restantes e em relações menos boas com o seu vizinho mais próximo, o Principado de Antioquia. Metade do território, incluindo a sua capital, encontrava-se a leste do rio Eufrates, muito a leste dos restantes vizinhos cristãos, tornando-o particularmente vulnerável. A parte a oeste do Eufrates era controlada a partir da fortaleza de Turbessel. Os seus principais vassalos eram Turbessel, Bira (Biredjik), Marach (Kahramanmaraş) e Melitene (Malatya).

Apesar de ser um dos maiores estados cruzados, era o menos populoso. A cidade tinha cerca de 10.000 habitantes, mas o resto do condado consistia principalmente de fortalezas. A oeste ficava o Principado de Antioquia, a leste passava do rio Eufrates, pelo menos no período de maior extensão territorial. Também ocupou terras até à Arménia no norte. A sul e leste estavam as poderosas cidades muçulmanas de Alepo, Mossul e Al-Jazira (território que englobava os actuais nordeste da Síria e noroeste do Iraque).

Os habitantes de Edessa em principalmente assírios, jacobitas ortodoxos e cristãos ortodoxos arménios, com alguns ortodoxos gregos e muçulmanos. Apesar de o número de latinos ter sempre permanecido pequeno, tinha um patriarca católico romano, e a queda da capital foi o catalisador da Segunda Cruzada em 1146.

Índice

[esconder]

[editar] Fundação

O domínio de Edessa não foi completamente uma criação da Primeira Cruzada. Em 1050 a cidade ainda era bizantina, e depois o general arménio Filareto Bracmio tomou-a em 1077, passando a governar um principado que se estendia de Antioquia a Edessa. O seu poder e a sua localização geográfica perturbavam os turcos seljúcidas, que lhe conquistaram rapidamente a maior parte das suas terras, deixando-lhe apenas os arredores de Marach. A cidade de Edessa foi tomada em 1086.

Entrada de Balduíno de Bolonha em Edessa em 1098 (pintura de J.Robert-Fleury, 1840, Les Croisades, origines et consequences)

Em 1095, um antigo lugar-tenente de Filareto, Teodoro, eliminou as forças turcas da cidadela e tornou-se senhor da cidade. Resistiu aos ataques seljúcidas, mas teve de pedir ajuda aos cruzados que vinham cercar Antioquia em 1098, a caminho de Jerusalém. Balduíno de Bolonha, irmão de Godofredo de Bulhão respondeu ao apelo. Separou-se do grosso do exército cruzado, dirigindo-se para a Cilícia a sul e depois Edessa a leste.

Balduíno impôs-se pouco a pouco, ameaçou partir para se juntar aos restantes cruzados e obrigou Teodoro de Edessa a adoptá-lo como filho e herdeiro. Teodoro professava a fé cristã ortodoxa grega, em conflito com a ortodoxia arménia dos seus súbditos. Pouco depois (a 9 de Março de 1098) foi assassinado, desconhecendo-se se Balduíno esteve envolvido no assunto. Seja como for, este sucedeu-lhe, tomando o título de conde, uma vez que já era conde de Verdun, e prestando vassalagem ao seu irmão Godofredo de Bulhão, soberano de Jerusalém.

Os francos criaram boas relações com os seus súbitos arménios, e houve vários casamentos entre os dois grupos - os três primeiros condes casaram-se com mulheres arménias. A esposa de Balduíno morreu em 1097 e, depois de este suceder a Teodoro, casou-se com Arda, filha de Teodoro de Marach, um nobre local. Balduíno II casar-se-ia com Morfia, filha de Gabriel de Melitene, e Joscelino I com uma filha do príncipe Constantino I do Reino Arménio da Cilícia.

Para as boas relações com os arménios, Balduíno I teve o mérito de repelir os turcos com eficácia, o que lhe permitiu aumentar os seus domínios até ao rio Eufrates. Tencionava levar o condado até Dyarbekir e depois Mossul, mas entretanto chegou a notícia da morte de Godofredo, protector do Santo Sepulcro.

Assim, em 1100 Balduíno tornou-se rei de Jerusalém e o Condado de Edessa passou para o seu primo Balduíno de Bourcq. Joscelino de Courtenay juntou-se ao conde e tornou-se senhor da fortaleza de Turbessel no rio Eufrates, um importante posto avançado de protecção contra os turcos seljúcidas, que controlava o oeste do Eufrates e definia a fronteira com Antioquia.

[editar] Conflitos com os territórios vizinhos

Balduíno II continuou a política do seu predecessor. Fez alianças com os senhores arménios de Marach e Melitene, alargando a sua suzerania até estes territórios. Rapidamente se envolveu nos assuntos regionais, ajudando a assegurar o resgate de Boemundo I de Antioquia dos turcos danismendidas em 1103 e, aliado ao principado deste, atacou o Império Bizantino na Cilícia em 1104. Ainda no mesmo ano tentou tomar Harã, primeira etapa para a conquista de Mossul, mas os dois soberanos foram derrotados e aprisionados na batalha.

Tancredo da Galileia, primo de Boemundo tornou-se regente de Edessa, até Balduíno e Joscelino serem resgatados em 1108. Na prática, foi Ricardo de Salerno que governou o território e o defendeu contra os turcos, apesar de perder a parte norte do condado. Quando foi libertado, Balduíno II de Edessa teve de lutar contra o regente do seu condado para retomar o controlo da cidade. Tancredo acabou por ser derrotado, mas Balduíno teve de se aliar a alguns governantes muçulmanos locais.

Em 1110, todas as terras a leste do rio Eufrates foram perdidas para Mossul. No entanto, tal como em outros ataques, a este não se seguiu uma investida contra a cidade de Edessa, uma vez que os governantes islmicos precisavam em primeiro lugar de consolidar o seu próprio poder.

Quando Balduíno I morreu em 1118, Balduíno II tornou-se rei de Jerusalém. Apesar de Eustácio III de Bolonha, irmão de Balduíno I, ter mais direito sucessório, estava em França e hesitou antes de aceitar o reino. O agora rei colocou inicialmente um primo seu, Galéran du Puiset, como governador do condado.

Edessa foi então oferecida a Joscelino em 1119, que manteve o Senhorio de Turbessel como seu território e da sua descendência. Mas foi aprisonado mais uma vez em 1122, e quando Balduíno II foi tentar socorrê-lo também foi capturado, deixando Jerusalém sem rei. Em 1123 um grupo de cinquenta arménios, disfarçados de mercadores, ganharam acesso à cidadela onde Joscelino estava detido e, com o sacrifício da maioria dos seus, durante o combate permitiram a fuga do conde, que conseguiu obter a libertação de Balduíno no ano seguinte. Joscelino conseguiu alargar o condado e chegar até ao rio Tigre a norte de Mossul.

[editar] Queda do condado

Joscelino I morreu em batalha em 1131 e foi sucedido pelo seu filho Joscelino II. Mas por esta altura o governante seljúcida Zengi unira Alepo e Mossul, começando a ameaçar Edessa. Joscelino II descurou a segurança do condado, envolveu-se nas querelas teológicas sírias e desentendeu-se com os condes de Trípoli, que depois lhe recusaram ajuda.

Zengi cercou Edessa em 1144, conseguindo tomá-la a 24 de Dezembro desse ano. Joscelino II continuou a governar as terras a oeste do rio Eufrates a partir de Turbessel, e conseguiu tirar proveito da morte de Zengi e da revolta da população arménia, em Setembro de 1146, para retomar a sua antiga capital.

A cidade foi mais uma vez perdida em Novembro, e Joscelino escapou por pouco. Os arménios foram massacrados e os sírios expulsos, apesar da sua francofobia. Em 1149 o conde foi capturado na tomada de Turbessel por Nur ad-Din, filho de Zengi, e aprisionado em Alepo até à sua morte em 1159. A sua esposa vendeu o que restava do condado ao imperador bizantino Manuel I Comneno. Depois, juntamente com a sua família, mudou-se com o tesouro da venda para o Reino de Jerusalém, para perto de Acre.

As terras do condado foram conquistadas por Nur ad-Din e pelo sultão de Rûm no ano seguinte. Edessa foi o primeiro estado cruzado a ser criado, e também o primeiro a ser perdido.

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[editar] Bibliografia



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