[editar] Estados arménios da Cilícia
Os arménios foram gradualmente servindo os bizantinos como oficiais militares e governadores, sendo-lhes concedido o controlo de cidades importantes na fronteira oriental do império. Quando o poder bizantino na região enfraqueceu na sequência da batalha de Manzikert, alguns usaram a oportunidade para se estabelecerem como soberanos, enquanto outros permaneceram leais ao império, pelo menos nominalmente.
O mais bem sucedido destes primeiros senhores arménios foi Filareto Bracmio, antigo general de Romano IV Diógenes. Entre 1078 e 1085, Filareto criou um principado que se estendia de Melitene a norte até Antioquia a sul, e da Cilícia a oeste até Edessa a leste. Convidando outros nobres arménios para colonizarem estes territórios, concedeu-lhes terras e castelos[5], mas este estado começaria a ruir ainda antes da sua morte em 1090.[6] e depois o restante destes domínios se desintegraria em senhorios locais.
Um destes príncipes locais foi Ruben I da Arménia, que tinha relações familiares estreitas com o último rei bagrátida da Arménia mas, julgando impossível recuperar o poder desta dinastia, rebelou-se independentemente contra o Império Bizantino na Cilícia. Conseguindo o apoio de diversos nobres e senhores arménios, em 1080 Ruben fundou um principado independente na Cilícia, que se tornaria reino sob a soberania dos seus descendentes (a chamada dinastia dos rubenidas)[7]. No final do século XI haviam assim vários importantes principados arménios na região[8]:
- Lampron (posteriormente chamado Namrun, actualmente Camliyayla) e Babaron (Candir Kale), na extremidade sul das Portas da Cilícia, eram controladas pelo antigo general bizantino Oshin, fundador da dinastia dos hetúmidas, que sucederia aos rubenidas no trono da Cilícia.
- A nordeste encontrava-se o principado de Constantino I da Arménia, filho de Ruben I. As suas bases eram as fortalezas de Partzapert e Vahka.
- Mais a nordeste, fora da Cilícia, encontrava-se o principado de Maraş, governado por Teodoro de Maraş, um antigo oficial bizantino.
- A leste de Maraş, o barão arménio Gogh Vasil controlava as fortalezas de Raban e Kaisun como vassalo dos seljúcidas.
- A norte destas, na porção norte da bacia do rio Eufrates, localizava-se o principado de Melitene, sob o domínio de Gabriel, antigo oficial de Filareto, também sob a suserania seljúcida.
- Entre o rio Tigre e o Eufrates ficava Edessa, na posse de Teodoro, outro oficial de Filareto e genro de Gabriel de Melitene.
Com a excepção de Gogh Vasil e Constantino, estes senhores arménios tinham relações frias com a maioria dos seus compatriotas arménios e sofriam a antipatia dos cristãos sírios, porque seguiam a Igreja Ortodoxa Grega ou detinham títulos oficiais cedidos pelo imperador bizantin