[editar] Dinastia dos rubenidas
Com o advento da Primeira Cruzada em 1096-1099 a percorrer a Anatólia, os arménios ganharam poderosos aliados cristãos, a quem forneceram guias, provisões e cavalos, pelo que receberiam louvor do papa Gregório XIII no século XVI. Com o auxílio dos cruzados, defenderam-se contra os turcos, tanto em acções militares conjuntas na Cilícia como pelo estabelecimento dos estados cruzados em Antioquia e Edessa[7]. Apesar deste início auspicioso, nos dois séculos seguintes as relações entre cruzados e arménios oscilariam entre a aliança e a rivalidade.
Gradualmente a Cilícia foi desenvolvendo um governo centralizado na dinastia rubenida, que durante o século XII competia com os bizantinos pelo poder na região. O príncipe Leão I anexou as cidades costeiras da Cilícia ao principado, consolidando assim a liderança arménia na região.
Leão I acabaria por ser derrotado pelo imperador João II Comneno em 1137, que considerava a Cilícia como uma província bizantina. Foi aprisionado, juntamente com vários outros membros da sua família[7], e morreu no cárcere três anos depois. Teodoro II, filho e sucessor de Leão I, também foi aprisionado, mas evadiu-se em 1141 para voltar a lutar contra Constantinopla. Inicialmente obteve vitórias, mas em 1158 acabaria por se declarar vassalo de Manuel I Comneno. Entretanto a Cilícia tinha-se tornado tão importante que, em 1151, o líder da Igreja Arménia transferiu a sua sé para Hromgla.[5].
O primeiro membro da dinastia dos rubenidas a obter o título de rei seria Leão II, que subiu ao poder em 1187 ainda como príncipe. Durante o seu reinado teve de enfrentar conflitos com os governantes de Iconium, Alepo e Damasco, durante os quais aumentou o poderio militar da Cilícia[7] e anexou novos territórios, duplicando a faixa costeira desta nação.
Entretanto Saladino debilitou os estados cruzados, o que provocou a proclamação da Terceira Cruzada. Leão II aproveitou a situação para melhorar as relações com os europeus e, com o apoio dos imperadores do Sacro Império Romano-Germnico Frederico Barbaruiva e Henrique VI, em 1198 conseguiu elevar o estatuto do estado para reino, passando a se intitular rei Leão I[7][10]. Seria o papa Celestino III quem lhe ofereceria o brasão de armas do Reino Arménio da Cilícia.