[editar] Período antropológico clássico
A filosofia, como ciência e atividade humana, no início foi produzida por homens situados em determinados momentos históricos. Nas cidades gregas, aos poucos, a filosofia vai ganhando sua identidade e tomando diferentes funções sociais. A Grécia, após ter passado pela era primitiva, tribal, e pelo período político denominado pólis, que significa cidades-estados, alcançou sua autonomia e independência; Atenas se sobressai economicamente e consegue elevar a Grécia no mbito político e cultural.
Segundo J.P. Vernant, há uma relação entre os surgimentos da filosofia e da pólis. Enquanto na mitologia a filosofia significa o "saber" da Grécia rural, de tradição oral, esparsa e popular, com a instituição da pólis essa filosofia se traduz em uma nova ideologia, uma visão melhor do mundo, mais racional e organizada.
Os filósofos deste período, a começar com os sofistas, criaram uma nova temática para a filosofia: O homem. A filosofia muda de espaço geográfico, das colônias jônias para o centro cultural da Grécia, e esta mudança acarreta também a variação do objeto de pesquisa: muda-se de natureza para o homem. Há uma mudança de discurso: o discurso cosmológico e materialista passa a dar lugar a um discurso moral e político, pois na "pólis" a convivência humana precisa ser fundamentada, bem como será preciso um modelo de enquadramento social efetivo: a "paidéia", o ideal educativo. O período antropológico, com os sofistas Sócrates, Platão e Aristóteles coincide com o apogeu da democracia.