Tendência de atividade em longo prazo
Gráfico mostrando as variações na energia ciclônica acumulada (ECA), entre 1950 e 2004
Enquanto que os números das tempestades no Atlntico têm aumentado desde 1995, não há uma tendência global definida; o número anual de ciclones tropicais mundialmente continua em 87 ± 10. No entanto, a habilidade dos meteorologistas em fazer análises de dados em longo prazo em certas bacias está limitada pela falta de dados históricos confiáveis em algumas bacias, principalmente no Hemisfério sul.[115] Por outro lado, há algumas evidências que a intensidade dos ciclones tropicais está aumentando. Kerry Emanuel disse: "O histórico da atividade de ciclones tropicais mundialmente mostra um aumento da velocidade do vento e na duração de ciclones tropicais. A energia liberada pela média dos ciclones tropicais (novamente considerando os ciclones tropicais mundialmente) parece ter aumentado por volta de 70% nos últimos 30 anos ou mais, correspondendo a um aumento de 15% na velocidade do vento e 60% na duração".[116]
As tempestades no Oceano Atlntico estão se tornado mais destrutivos financeiramente, desde que cinco dos dez tempestades mais custosas na história dos Estados Unidos ocorreram desde 1990. Isto pode ser atribuído ao aumento na intensidade e na duração dos furacões que atingem a América do Norte,[116] e numa dimensão maior, o número de pessoas vivendo em áreas costeiras suscetíveis, seguindo um aumento no desenvolvimento na região desde o último período de alta atividade dos furacões do Oceano Atlntico na década de 1960.
Freqüentemente, em parte por causa da ameaça dos furacões, muitas regiões costeiras tinham pouca densidade populacional entre os maiores portos até o advento do turismo com automóveis; portanto, as regiões mais severamente atingidas por furacões podem não ter sido mensuradas em alguns casos. Os efeitos combinados de destruição de navios e locais remotos limitam severamente o número de intensos furacões nos registros oficiais antes da era dos aviões de reconhecimento de furacões e dos satélites meteorológicos. Embora os registros mostrem um aumento distinto na quantidade e na força dos furacões intensos, portanto, especialistas consideram o início dos registros dos dados como suspeitos.[117]
A quantidade e a força de furacões do Oceano Atlntico podem sofrer um ciclo de 50-70 anos, também conhecido como Oscilação multidecadal do Atlntico. Embora mais comuns desde 1995, algumas temporadas de furacões estiveram acima da média entre 1970 e 1994.[118] Furacões destrutivos atingiram a costa freqüentemente entre 1926 e 1960, incluindo muitos grandes furacões que atingiram a região de Nova Inglaterra. Vinte e uma tempestades atlnticas formaram-se em 1933, um recorde somente atingido em 2005, que teve 28 tempestades. Furacões tropicais não ocorreram com freqüência entre 1900 e 1925; no entanto, muitas tempestades intensas formaram-se entre 1870 e 1899. Durante a temporada de 1887, formaram-se 19 tempestades tropicais, sendo que um recorde de 4 tempestades formou-se depois de 1º de Novembro e 11 fortaleceram-se em furacões. Alguns furacões ocorreram entre 1840 e 1860; no entanto, muitos atingiram a costa no começo do século XIX, incluindo uma tempestade em 1821 que atingiu diretamente a cidade de Nova Iorque. Alguns especialistas em história meteorológica dizem que estas tempestades podem ter sido tão fortes quanto furacões de categoria 4 na escala de furacões de Saffir-Simpson.[119]
Estas atividades das temporadas de furacões ocorreram antes da cobertura de satélites na bacia do Atlntico. Antes da era dos satélites, que começou em 1960, tempestades tropicais ou furacões eram indetectáveis a menos que um avião de reconhecimento encontrasse um, ou um navio registrasse uma viagem através de uma tempestade ou quando uma tempestade atingia uma área povoada.[117] Os registros oficiais, portanto, poderiam não apresentar tempestades se estas não fossem detectadas por meio do registros de ventanias em navios. Mesmo se um navio experimentasse ventos fortes, havia a possibilidade do não reconhecimento da tempestade como um sistema tropical, confundindo o sistema como uma tempestade extratropical, uma onda tropical ou mesmo um breve aguaceiro. Havia ainda a possibilidade do navio não documentar a passagem de um sistema tropical.