[editar] Ciclones tropicais notáveis
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Ciclones tropicais que causam destruição extrema são raros, embora quando ocorrem, podem causar muitos danos e milhares de mortos.
O ciclone de Bhola em 1970 foi o ciclone tropical mais mortífero na história, matando mais de 300.000 pessoas[94] e potencialmente mais de 1 milhão[95] após atingir a região altamente povoada do Delta do Ganges em Bangladesh em 13 de Novembro de 1970. A sua forte maré ciclônica foi responsável pela maioria das mortes.[94] A bacia do Oceano Índico norte tem sido historicamente a bacia mais mortífera, sendo que vários ciclones desde 1900 mataram mais de 1 milhão de pessoas, todas em Bangladesh.[75][96] Na bacia do Pacífico noroeste, o tufão Nina matou 29.000 pessoas na China devido a pior enchente em 2.000 anos que causaram o rompimento de 62 barragens, incluindo a barragem de Banqiao; outras 145.000 morreram como conseqüência, como a fome e as epidemias.[97] Na bacia do Atlntico, o Grande furacão de 1780 é o furacão atlntico mais mortífero na história, matando cerca de 22.000 pessoas nas Pequenas Antilhas.[98] Um ciclone tropical não precisar ser particularmente forte para causar danos memoráveis, primeiramente se as mortes forem causadas pela chuva ou por deslizamentos de terra. A tempestade tropical Thelma em Novembro de 1991 matou milhares de pessoas nas Filipinas,[99] enquanto que em 1982, uma depressão tropical sem nome que posteriormente tornaria-se o furacão Paul matou cerca de 1.000 pessoas na América Central.[100]
É estimado que o furacão Katrina seja o ciclone tropical mais custoso mundialmente,[101] causando $81,2 bilhões de dólares em danos em propriedades (valores de 2005),[102] sendo que os danos gerais excedem os $100 bilhões de dólares.[101] Katrina matou no mínimo 1.836 pessoas depois de atingir a Luisiana e Mississippi como um grande furacão em agosto de 2005.[102] O furacão de Galveston de 1900 é o desastre natural mais mortífero nos Estados Unidos, matando entre 6.000 e 12.000 pessoas em Galveston, Texas. O furacão Iniki em 1992 foi o ciclone mais intenso a atingir o Havaí na história registrada, atingindo Kauai como um furacão de categoria 4, matando seis pessoas e causando $3 bilhões de dólares em danos.[103] Outros destrutivos furacões do Pacífico incluem Pauline e Kenna, ambos causando danos severos depois de atingir o México como grandes furacões.[104][105] Em março de 2004, o Ciclone Gafilo atingiu o nordeste de Madagascar como um ciclone de grande intensidade, matando 74, afetando mais de 200.000 e tornando-se o pior ciclone a atingir o país em 20 anos.[106] No mesmo mês, o furacão Catarina formou-se no Atlntico sul, tornando-se o único ciclone tropical com intensidade de furacão a se formar naquela região. Catarina atingiu o Brasil no estado de Santa Catarina, matando pelo menos 3 pessoas.
O ciclone tropical mais intenso na história é o Tufão Tip no pacífico nordeste em 1979, que alcançou uma pressão atmosférica mínima de 870 mbar (652,5 mmHg) e ventos máximos sustentados de 165 nós (85 m/s, 310 km/h ou 190 mph).[107] No entanto, o tufão Tip não é o único ciclone tropical que segura o recorde de vento máximo sustentado. O tufão Keith no Pacífico e os furacões Camille e Allen no Atlntico norte atualmente detêm este recorde juntamente com Tip.[108] Camille foi o único ciclone tropical que realmente atingiu terra com aquela intensidade, fazendo dele, com ventos constantes de 165 nós (85 m/s, 310 km/h ou 190 mph) e com rajadas de 183 nós (94 m/s, 339 km/h ou 210 mph), o ciclone mais forte na história no momento do landfall.[109] O tufão Nancy em 1961 detinha o recorde de rajadas de vento com 185 nós (95 m/s, 346 km/h ou 215 mph), mas pesquisas recentes indicaram que as medidas da velocidade do vento tomadas entre 1940 e 1960 eram muito altas, devido à erros de calibração, e não é mais considerado que Nancy seja o ciclone tropical com as rajadas de vento mais fortes na história.[110] Similarmente, uma rajada de vento de superfície provocada pelo tufão Paka em Guam chegou a 205 nós (105 m/s, 378 km/h ou 235 mph. Se fosse confirmado, seria o vento mais forte não tornádico registrado na superfície da Terra, mas a leitura teve que ser descartada desde que o anemômetro foi danificado pela tempestade.[111]
Além de ser o ciclone tropical mais intenso, Tip foi o maior ciclone tropical em tamanho na história, sendo que a área onde ventos com força de tempestade tropical atuavam chegava a 2.170 quilômetros (1.350 milhas) em dimetro. O menor furacão em tamanho já registrado, o ciclone Tracy, teve menos do que 100 quilômetros em dimetro, antes de atingir Darwin, Austrália em 1974.[112]
O furacão John foi o ciclone tropical de mais longa duração na história, permanecendo ativo por 31 dias na temporada de 1994. Antes do advento das imagens de satélite em 1961, no entanto, muitos ciclones tropicais foram subestimados em suas durações.[113] O furacão John também tem a segunda maior trajetória de um ciclone tropical no hemisfério norte na história, somente perdendo para o tufão Ophelia em 1960, com uma trajetória de 12.500 km. Não há dados confiáveis para os ciclones tropicais do Hemisfério sul.[114]