Geopolítica do Brasil
No território brasileiro também se configuram características e situações que envolvem a geopolítica - principalmente de acordo com as características sócio-econômicas das diferentes regiões do país, o desenvolvimento econômico, os conflitos sociais na zona rural e urbana e a inserção do país na econômia internacional, tendo como destaque a negociação com grandes blocos e a formação de entidades supranacionais, como o Mercosul[12] e a UNASUL.[13] Desta forma, a geopolítica do Brasil estám intrinsicamente ligada à Geopolítica da América do Sul[14][15]
Não se pode deixar ainda de citar, como questão geopolítica brasileira, a construção da capital federal, Brasília, na região Centro-Oeste do país.[16][17] Esta é uma verdadeira circunstncia estratégica, com o deslocamento da capital federal do Rio de Janeiro, na costa litornea, para o interior do país, no cerrado, compondo uma distribuição geográfica de poder político mais equnime com as reais dimensões do país.
Localizada no centro geográfico do Brasil a capital era considerada muito mais segura do que a anterior, localizada no litoral, portanto um alvo mais fácil para possíveis marinhas inimigas. Este fato foi decisivo para que o Brasil decidisse pela transferência da capital para o interior nos anos 1950, quando ainda eram muito vivas as imagens da II Guerra Mundial, quando submarinos alemães chegaram a torpedear navios brasileiros no litoral do país.
Durante o governo de Juscelino Kubitshek foi construído o Plano Piloto de Brasília, no Distrito Federal. Além disso, a nova rede de estradas interligando Brasília às diferentes regiões do país, permitiu concluir o processo de integração da infra-estrutura física mínima de transportes para a integração nacional. Também foi fundamental para acelerar o desenvolvimento da região Centro-Oeste, que era até os anos 1950 uma das mais pobres e menos urbanizadas do país.
Além disso, áreas importantes do país configuram o cenário geopolítico brasileiro, como o litoral marcado pelas ricas reservas de petróleo, incluindo o pré-sal nacional, a Floresta Amazônica,[18] seja a Amazônia Legal ou a Amazônia internacional, além das fronteiras do país.
Muitos consideram que temas sensíveis, relacionados à geografia e à terra, como a reforma agrária ou ainda as relações entre o Estado e a sociedade ou entre o governo Federal e as regiões, no que tange à administração territorial, são objetos da geopolítica do Brasil.
Planisfério
Temas emergentes como a geopolítica da Antártica e do Atlntico Sul, tem sido mais intensamente estudados na atualidade, principalmente porque interessam diretamente ao Brasil e seus vizinhos, tanto pelas perspectivas de cooperação e integração regional, como pelas disputas internacionais históricas ainda existentes, como devido às perspectivas futuras de disputas envolvendo o controle sobre recursos naturais estratégicos.
Neste sentido a questão territorial e as diferentes formas de disputas fronteiriças estão permeados pelas disputas envolvendo a delimitação do mar territorial e da zona econômica exclusiva, de grande relevncia atualmente tanto para a pesca como para a exploração do subsolo marinho, especialmente de petróleo em alto mar.
Concepções recentes de geopolítica também consideram as modernas redes de comunicação[19] como a internet, a partir da chamda geopolítica do ciberespaço. O ciberespaço pode ser considerado elemnto de análise geopolítica na medida em que este envolve uma base física, uma infra-estrutura geograficamente distribuída: os "troncos de fibra óptica"[20] e os satélites.[21] Estes elementos estão relacionados tanto às comunicações para fins civis como para fins militares (ver artigo ARPANET), à guerra eletrônica e também à militarização do espaço sideral, que vem sendo ampliada com a criação de comandos ou forças espaciais em diferentes Forças Armadas do mundo.
A geopolítica dos conflitos ou guerras de baixa intensidade, além do terrorismo, separatismo e extremismo, são de grande relevncia geopolítica para o Brasil e a América do Sul, principalmente porque estas modalidades de conflitos, muitas vezes caracterizadas como "pequenas guerras", são as mais comuns na história dos países sul-americanos.
Como grandes nomes dos estudos geopolíticos clássicos no Brasil, podemos citar Mário Travassos, Carlos de Meira Mattos, Golbery do Couto e Silva, Therezinha de Castro e José Oswaldo Meira Penna.
Os estudos envolvendio temas de geopolítica, na atualidade, incluem inúmeros pesquisadores em diferentes centros de estudo e pesquisa das grandes Universidades brasileiras, principalmente ligados às áreas de Geografia, Ciência Política, Política Internacional, Estudos Estratégicos e de Segurança e Defesa.
Atualmente, centenas de pesquisadores civis e militares estudam temas da geopolítica e estudos estratégicos no Brasil, dos quais pode-se destacar: Bertha Becker, Demétrio Magnoli, Leonel Itaussu Almeida Mello, José William Vesentini, João Carlos Moreira, Eustáquio de Sene, Theotonio dos Santos, Darc Costa, Nélson Werneck Sodré, Yves Lacoste, Octávio Tosta, Wanderley Messias da Costa, Paulo Gilberto Fagundes Vizentini, Jacqueline de Oliveira Muniz, José Luís Fiori, Shiguenoli Miyamoto, Marco Aurélio Chaves Cepik, Rafael Duarte Villa, Domício Proença Jr, Salvador Ghelfi Raza, Jorge Manoel da Costa Freitas, Érico Esteves Duarte, Eurico De Lima Figueiredo, Eugenio Pacelli Lazzarotti Diniz Costa, Vágner Camilo Alves, Thomas Ferdinand Heye, Tiago Cerqueira Campos, João Roberto Martins Filho, Friederick Brum Vieira, Márcio Teixeira de Campos, Nelio Marinho Nunes Ferreira, Manuel Cambeses Jr, Mauro Guedes Ferreira Mosqueira Gomes, Mauro Cesar R. Pereira e Mário César Flores