[editar] Seclusão quente
Um sistema extratropical exibindo uma intensa seclusão quente no
oceano Pacífico norte
Uma seclusão quente ou uma oclusão quente profunda é a fase madura do ciclo de vida de um ciclone extratropical.[24] Isto foi conceptualizado após experimentos de campo do projeto Experiment on Rapidly Intensifying Cyclones over the Atlantic (ERICA) no final da década de 1980, que produziu observações de intensos ciclones extratropicais ocenicos que indicaram uma estrutura termal quente de baixos níveis, isolada ou rodeada por uma frente quente curvada e por uma banda de intensos ventos em forma de um V.[24][25] O modelo norueguês de ciclones, assim desenvolvido pela escola de meteorologia de Bergen, observou frequentemente ciclones no fim de seu ciclo de vida e usa o termo oclusão para identificar os estágios de dissipação de um sistema extratropical.[26]
As seclusões quentes podem ter estruturas semelhantes às de um olho, livre de nuvens, no seu centro (lembrando a ciclones tropicais), além de apresentar quedas de pressão atmosférica significativas, ventos com intensidade de furacão na escala de Beaufort e convecção moderada a forte.[24] As seclusões quentes frequentemente atingem pressões atmosféricas menores do que 950 milibares, com uma estrutura de núcleo quente de médios níveis bem definida.[24] Uma seclusão quente, sendo o resultado da parte baroclínica do ciclo de vida de um ciclone extratropical, ocorre em latitudes mais altas do que os ciclones tropicais e só ocorre em águas abertas.[24]
Como as liberações de fluxos de calor latente são importantes para o seu desenvolvimento e intensificação, praticamente todas as seclusões quentes ocorrem sobre os oceanos. No entanto, podem atingir países costeiros com ventos com intensidade comparável à de furacões, com chuvas torrenciais. Climatologicamente, o Hemisfério norte presencia a formação de seclusões quentes durante os meses mais frios do ano, enquanto que o Hemisfério sul presencia fortes ciclones extratropicais ao decorrer de todo o ano.[28]
Em todas as bacias ocenicas tropicais, com a exceção da bacia do Oceano Índico norte, um ciclone extratropical que era anteriormente um sistema tropical pode voltar a se intensificar, levando à formação de uma seclusão quente.[29] Por exemplo, o furacão Maria, de 2005 intensificou-se novamente como um forte ciclone extratropical, e uma seclusão quente se formou durante o seu pico de intensidade (momento em que a pressão atmosférica mínima central é a mais baixa) da fase extratropical do ciclone.[30]
Os ciclones extratropicais formam-se em qualquer área dentro das regiões extratropicais da Terra, normalmente entre as latitudes 30° e 60° de cada hemisfério, mesmo quando estão em processo de ciclogênese ou transição extratropical.[31] Um estudo sobre ciclones extratropicais no Hemisfério sul revela que, entre os paralelos 30° e 70°, há uma média de 37 ciclones extratropicais em existência durante um período de 6 horas.[32] Um estudo separado no Hemisfério norte sugere que aproximadamente 234 ciclones extratropicais significativos se formam a cada inverno.[33]