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PSICOLOGIA: Violência e artes
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De: NATY-NATY  (Mensaje original) Enviado: 30/12/2009 23:48

Violência e artes

Literatura

Na literatura a representação da violência é rica e variada. Merecem destaques as obras de alguns escritores.

Internacionalmente, a violência encontra representação quase que em toda a obra de Fiodor Dostoiévski. Franz Kafka ilustra um tipo de violência psicológica peculiar em O Processo (Der Prozeß, 1925). Ernest Hemingway é apenas um dos escritores a publicar obras sobre guerras, conquanto seu Por quem os sinos dobram (For Whom the Bells Tolls, 1940) seja um bom retrato de um conflito real, a guerra civil espanhola.

Na literatura portuguesa, a violência sempre esteve presente, embora nas tendências modernas foram muito mais explícitos os modos variados e verossímeis de violência.

Há um exemplo interessante em Euclides da Cunha (que fez d'Os Sertões um relato primoroso da Guerra dos Canudos), e destaca-se a obra do chamado regionalismo nordestino, de José Lins do Rego, Jorge Amado e Graciliano Ramos. Em Capitães de Areia (1936), Jorge Amado mostra com ternura a violência de um grupo de meninos abandonados nas ruas de Salvador; em Jubiabá (1935), ele mostra a trajetória de Antônio Balduíno, menino de rua que pratica atos criminosos menores, boxeador, assassino (quando "o olho da piedade vazou"), vagabundo e finalmente grevista, que aprende o caminho da razão justamente quando confrontado com a violência política.

Mas é Graciliano Ramos que, na literatura do Brasil, se compara à Dostoiévski na presença constante da violência. Suas obras trazem quase invariavelmente o conflito do homem que sofre alguma restrição, alguma coação ou alguma rejeição social, econômica ou cultural e tenta inutilmente reverter esse quadro. Em seus livros de memórias, como Infncia (1945) e Memórias do Cárcere (1953) Graciliano documenta sua própria convivência com o mundo violento e cruel.

Já o romance Angústia (1936) gira em torno de um assassinato, justificado pelo narrador-protagonista como necessário e impositivo. O crime perturba definitivamente o criminoso, antes e depois do ato propriamente dito: antes, nas constantes paranóias sobre enforcamento, e depois, na convalescença de um mês e na necessidade de escrever o livro para exorcizar-se, eximir-se da culpa.

Cinema

Muitos filmes apresentam cenas de violência. Foto da ator Sam Shepard em Stealth

O cinema é um veículo que tem uma grande infiltração mundial. Muitos dos filmes apresentam cenas de extrema e exagerada violência. A vida humana é por vezes tratada como algo banal. Existem diversos relatos de contraventores que ao praticar seus atos, se inspiraram em cenas e personagens considerados heróis. Trata-se também, de um tipo de violência cultural, na medida que são estabelecidos novos valores incompatíveis com a conduta humana.

Televisão

A televisão tem sido tema de muita discussão em relação as cenas de violência realísticas. Muitas vezes, quase simultaneamente, expõe em suas programações, nos telejornais, telenovelas e seriados. A grande infiltração da televisão em todos os lares pode rapidamente difundir alguns dos tipos de violência.

Bíblia e violência

A Bíblia, para alguns especialistas, apresenta uma vasta coleção de eventos violentos. Nela encontram-se, ao lado de exemplos de virtude, desde assassinatos fratricidas e estupros até periódicas demonstrações de ira divina (dilúvio, pragas do Egito). A história de Adão e Eva em si pode ser vista como uma história de violência: Deus impondo normas e preceitos com base em sua autoridade; preceitos desobedecidos por Eva; punição na forma de expulsão do paraíso e conhecimento do mal.



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