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A história de Cabo Verde inicia-se com a descoberta européia do arquipélago (1456), podendo dividir-se em duas grandes etapas: a colonial (até 1975) e a independente (até aos nossos dias).
[editar] A questão da Descoberta
Arquipélago de Cabo Verde.
A questão da autoria da descoberta de Cabo Verde é objeto de discussão historiográfica. No contexto dos Descobrimentos portugueses, admite-se que o arquipélago tenha sido alcançado em 1456 por Diogo Gomes, a serviço do Infante D. Henrique. Outros autores atribuem o comando da primeira expedição ao veneziano Alvise Cadamosto, em 1460, ano da morte do Infante. Recentemente, entretanto, tem-se afirmado a prioridade do genovês António da Noli — ainda em vida do Infante —, com base na Carta-régia de 19 de setembro de 1462, que a refere expressamente:
- "D. Affonso e (…) A quantos esta carta virem fazemos saber que o Infante D. Fernando, Duque de Vizeu e de Beja, Senhor da Covilhã e de Moura e, meu mui amado e presado irmão nos enviou mostrar uma carta assinada por nós e sellada de nosso sello pendente feita em Cintra 12 de Novembro de 1457, porque lhe fizemos doação para elle ou por seu mandado fossem achadas assim e tão cumpridamente como a nós podessem pertencer, e com toda a jurisdição cível, crime, reservando para nós feitos crimes, alçada nos casos que caiba morte ou talhamento de membro (…) segundo mais compridamente em a dita carta é contheudo, pedindo nos o dito infante que, porquanto foram achadas 12 ilhas, a saber: cinco por António da Noli, em vida do Infante D. Henrique, meu tio, que Deus haja, que se chamam: jlha de Santiago e a jhla de Sam Filipe, e as jlhas das Mayas e a jlha das Mayas e a jlha de S. Christovam e a jlha do Sall que são nas partes da Guiná (…).[1]
Em finais de 1461 ou inícios de 1462 em nova viagem, o descobridor Diogo Afonso teria avistado as ilhas da Brava, São Nicolau, Santa Luzia, Santo Antão, São Vicente e os ilhéus Raso e Branco. De acordo com as narrativas coevas, essas ilhas encontravam-se desertas, sem qualquer indício de presença humana, como referido por Cadamosto:
- "…não se encontrando nelas senão pombos e aves de estranhas sortes, e grande pescaria de peixe." (Relação das Viagens à costa ocidental da Áfric