Teoria da escolha racional
Não é possível, portanto, explicar o crime sem considerar que os indivíduos escolhem entre a alternativa criminosa e a não-criminosa. Como mostra Magalhães, pode existir um momento na vida de uma pessoa em que tem de escolher entre cometer ou não um crime. Cada alternativa apresenta custos e benefícios que podem ser avaliados com maior ou menor critério pelo indivíduo. Quando essa mesma pessoa está preparada para considerar uma grande variedade de aspectos relativos ao cenário em que se dará a acção, podemos dizer que a sua escolha será racional. Na prática, uma escolha plenamente racional é quase impossível. É mais adequado utilizar a noção de “racionalidade limitada”, visto que a decisão entre o crime e o não-crime ocorre numa situação de grande ignorncia em relação a informações muito importantes sobre a realidade. Temos que lembrar que, no cálculo sobre os custos e os benefícios de cada alternativa de acção podem ser considerados, além dos ganhos e perdas materiais (dinheiro ou bens), as vantagens e desvantagens estariam ligadas à sensação de poder, de dominação, de aventura ou de aquilo a que os criminosos costumam chamar “adrenalina”, isto é , uma sensação intensa de estímulo e exaltação relacionada, muitas vezes, ao perigo e ao risco.