O que fazem as pessoas quando se sentem sós?
Ao nível mais básico as pessoas diferem da facilidade em reconhecer ou admitir a solidão. O temor de estigma, por exemplo, pode levar algumas pessoas sós a evitar a etiqueta «só» mesmo quando procuraram ajuda profissional. Fromm-Reichmann sugeriu que não parece ser fácil falar mesmo de estados benignos de solidão. Algumas pessoas podem proteger-se do sofrimento da solidão negando a sua experiência. Alguns autores chama a atenção que os clínicos devem estar preparados para inferir a presença da solidão em clientes que são relutantes em admiti-la ou que a experienciam ao nível inconsciente.
Para além de diferenças em querer conhecer a sua solidão, as pessoas podem também diferir nas acções específicas que realizam para se confrontar com a solidão. Num inquérito de Rubenstein e Shaver as quatro respostas mais comuns ao que faziam as pessoas quando se sentiam sós foram: ver televisão (60%), ouvir música (57%), chamar um amigo (55%) e ler (50%).
Num estudo semelhante com estudantes universitários, Paloutzian e Ellison (1979) encontraram várias estratégias de confronto associadas á solidão:
1. Respostas orientadas sexualmente (e.g. beber, drogar-se, encontros sexuais);
2. Respostas religiosas (e.g. rezar, ler a bíblia);
3. Respostas de procura (e.g. ir dançar, conduzir);
4. Diversões não sociais (e.g. ocupar-se, ler, estudar, trabalho);
5. Contacto íntimo (e.g. falar com um amigo íntimo sobre os seus sentimentos; passar o tempo com um amigo íntimo só para estar junto dele);
6. Passividade (e.g. dormir).
Além disso esses investigadores encontraram que os estudantes que avaliavam as suas habilidades sociais de modo mais positivo referiam ser menos provável enveredar por actividades sensuais ou de diversão quando sós e ser um pouco mais provável entregarem-se a actividades com cariz intimo e religioso. Os sujeitos que percepcionam as suas habilidades sociais de modo mais positivos viam também as reacções sensuais e de diversão como sendo menos eficazes para reduzir os sentimentos de solidão e as reacções de contacto intimo como as mais eficazes.