Luciana Bezerra
Eu nunca aprendi nem nunca joguei xadrez
Mas, quem disse que eu não sei?
Eu observo cada passo
E oscilo entre claridade e escuridão
Eu tenho várias peças e me movo de diferentes maneiras
Mas é minha inércia quem atua
Quando eu espero seu movimento
E eu viro o jogo quando quero
E nunca jogo se não estiver com vontade
E eu não minto quando falto com a verdade
E no tabuleiro existem duas cidades
A que quero invadir
A que devo proteger
A que você esconde
A que você quer conquistar
Eu pareço a dama
Mas estou na torre
E até onde sei
Não chegou à minha porta nenhum dos teus cavalos
Todos têm seus bispos
Para que não consultem seus peões
E o que é essa guerra, senão mudar de lado?
E o que você quer do meu lado do tabuleiro?
O que falta que ainda não bate?
Pense, espere, mas não esqueça
Eu agindo e tomando-o enquanto rei
Faço um xeque-mate