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notcias: Sobre a Independência e a Liberdade do Povo Moçambicano
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De: misabelantunes1  (Mensaje original) Enviado: 10/12/2007 15:01
Canal de Opini찾o: por Custódio Duma

Sobre a Independ챗ncia e a Liberdade do Povo Mo챌ambicano

Maputo (Canal de Moçambique) - Ao pensar nos tópicos deste artigo, lembrei-me das palavras de Jesus Cristo que dizia: “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Afinal, não são as armas que libertam o povo, não são os discursos nem é a boa vontade dos dirigentes. É a verdade que liberta o povo.
Os exemplos da história, mostram que os dominantes sempre procuraram omitir a verdade para melhor subjugar. Quanto menos esclarecidos, menos iluminados ou menos informados, menos difícil era enganar e dominar as pessoas.
O grande exemplo é a política colonial que n찾o oferecia educa챌찾o como um direito universal. Política essa que de certa forma está sendo perpetuada no país.
Hoje, a educa챌찾o parece para todos os mo챌ambicanos, mas n찾o é. Actualmente, encontramos pessoas vivendo entre 20 a 50 quilómetros distantes da escola mais próxima. As pessoas que moram relativamente próximas da escola tem uma educa챌찾o extremamente deficitária, pois, n찾o é possível que um professor com 10.짧 classe venha dar aulas a uma turma da 8.짧 classe ou 9.짧 classe. Ainda temos escolas neste país cujos professores n찾o entendem nada de pedagogia.
Na hipótese de termos professores relativamente formados para o efeito, vemos que as políticas do Banco Mundial e do FMI ridicularizam os objectivos da maior parte dos documentos internacionais sobre direitos humanos, pois est찾o cada vez mais viradas aos benefícios económicos e n찾o propriamente ao desenvolvimento humano.
N찾o posso culpar essas institui챌천es de Bretton Woods, mas aos nossos governos africanos no geral e de forma específica ao mo챌ambicano, que na gan창ncia pessoal dos titulares do poder furtam-se ao seu dever de negociar em beneficio de todo o povo e principalmente da na챌찾o.
Por conta disso temos pessoas graduadas da décima e décima primeira classes que n찾o sabem redigir uma carta ao seu pai ou irm찾o. Temos secretárias em reparti챌찾o públicas que n찾o entendem nada da estrutura de uma comunica챌찾o interna, nem podem responder com clareza a um pedido de informa챌찾o.
Temos juízes de direito que n찾o conseguem formular uma frase em língua portuguesa.
Percebo que para independ챗ncia e liberdade, o povo precisa da verdade. E para mim, a verdade vem da educa챌찾o e da informa챌찾o.
Só uma pessoa educada pode perceber a informa챌찾o que lhe é transmitida. E mesmo que n찾o lhe seja transmitida alguma informa챌찾o, por causa da educa챌찾o, a pessoa sente a necessidade e uma profunda sede de receber informa챌천es.
A inquieta챌찾o é uma característica de pessoas educadas. A educa챌찾o pode ser formal, secular ou uma outra fora da que recebemos nas escolas. O que importa é que seja educa챌찾o porque só assim a pessoa pode ser iluminada.
Hoje, a ideia propagada é que, “não há educação para o povo. Se lhes derem alguma educação que essa educação seja deficitária. Que o povo nunca perceba o que está a acontecer no seu país nem no mundo em geral. Que o povo continue a gravitar seus interesses em torno do seu quintal e da sua machamba.”
A verdade é que, oferecendo educa챌찾o ao povo oferece-se-lhe a liberdade!
Acima de 60% da população moçambicana é analfabeta. Estamos com essa percentagem e, às vezes crescente, desde a independência nacional e mesmo assim o povo ainda não é livre, porque mais de 60% não entende o que está a acontecer.
Como é que o povo vai fiscalizar o governo se n찾o percebe que o Or챌amento Geral do Estado é fruto do seu suor e sacrifício? Como é que o povo vai questionar a implementa챌찾o dos Planos Económicos e Sociais se continua a pensar que é um favor tudo que o governo faz em prol do desenvolvimento?
Como é que o povo vai perguntar sobre todos os termos dos acordos sobre Cahora Bassa se ninguém tem vontade de dar informa챌찾o? Como é que os cidad찾os v찾o perceber a política externa do governo se tudo é feito num secretíssimo cerrado?
A democracia só serve ao povo se ela é inclusiva e participativa. Para que ela seja inclusiva e participativa é importante que ao povo seja dado uma educa챌찾o de qualidade e efectiva, por um lado e, por outro lado, que o governo e todos os outros órg찾os do Estado se predisponham em facultar a informa챌찾o ao cidad찾o.
Num país em que a Media n찾o é independente, o povo n찾o pode ser livre, pois a verdade nunca é divulgada. Num país em que os activistas sociais e as organiza챌천es da sociedade civil s찾o todos cúmplices e caixas de resson창ncia do poder, na expectativa de um dia vir a ter dividendos, o povo jamais será livre, porque a verdade nunca será dita.
Só a verdade pode libertar um povo. Só a verdade pode contribuir para uma governa챌찾o transparente e com objectivos virados ao desenvolvimento e a justi챌a social.
Vivemos em um país em que maioritariamente as pessoas s찾o hipócritas. N찾o é possível servir a Deus e ao Diabo ao mesmo tempo, n찾o é possível defender a massa laboral e ao mesmo tempo ter negócios com os empregadores.
Um país onde o conflito de interesses n찾o é regulado a verdade nunca sairá ao de cima. Continuaremos a ter legisladores que ao mesmo tempo s찾o empresários, continuaremos a ter funcionários públicos que contratam as suas próprias empresas para prestar servi챌os ao cidad찾o. Continuaremos a ter o tráfico de influ챗ncias e desvio de aplica챌찾o de fundos e mesmo assim a verdade nunca será dita. E mesmo que seja dita, o povo n찾o poderá perceber porque n찾o está educada.
Vivemos em um país em que nossos governantes s찾o saqueadores da coisa pública, num país onde o Estado já n찾o tem um património público. Tudo é dos governantes, é dos partidos ou dos empresários que também s찾o homens provenientes do poder.
Quantas pessoas conseguem perceber o discurso falacioso dos nossos dirigentes? Quantas pessoas conseguem criticar as estatísticas apresentadas pelo Banco Mundial e pelo FMI, quantas pessoas realmente se importam? Quem se importa? Quantas pessoas realmente se preocupam em que o povo saiba a verdade? Os jornais, a televis찾o, as rádios, os activistas ou os políticos?
Que jornal se importa? A puxa saco do poder? O jornal que é vendido para um povo que ganha cerca de 60 USD m챗s e tem que alimentar 5 pessoas? Que rádio se importa? A que tem emiss천es em portugu챗s para um universo de entre 10 a 15 milh천es de pessoas que n찾o entendem o portugu챗s ou n찾o conseguem captar porque n찾o tem um receptor ou vivem em áreas com ruído? Que televis찾o? A que só é captada nas cidades e também só em portugu챗s? Que activistas? Que de dia s찾o das ONGs e a noite s찾o do Partido? Que políticos? Que dirigentes?
A verdade é que, o povo n찾o conhece a verdade e sem a verdade é falacioso afirmar que o povo está livre ou é independente, porque só a verdade pode libertar.
A verdade seja dita, até que o povo tenha a capacidade de perceber qual é a política interna e externa do seu país ele n찾o será livre. A liberdade é uma conquista, mas uma conquista que só pode ser conseguida se o povo tiver acesso a educa챌찾o e a informa챌찾o. E parece que ninguém está interessado em garantir isso ao povo.
Mais n찾o disse!
(Custódio Duma)


2007-12-10 06:34:00


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