O Governo vai subsidiar o preço dos “Chapas”…
... e só se assim for os pre챌os poder찾o baixar definitivamente
âO que pode vir a acontecer é haver subsídios nos preços. E quem vai subsidiar os preços é o Estadoâ - Rogério Manuel, presidente da FEMATRO âO povo não tem que negociar com o Governo o direito ao transporteâ - Eduardo Namburete, deputado da AR pela Renamo âO uso das crianças nas manifestações é violação dos direitos das mesmasâ â Filipe Paunde, SG do Partido Frelimo
Maputo (Canal de Moçambique) â O presidente da Federação dos Transportadores dos Transportes Rodoviários de Moçambique (FEMATRO), Rogério Manuel, disse, ontem em Maputo, que o preço dos transportes semi-colectivos de passageiros, vulgo «Chapas», não vai baixar, pois as tarifas foram já fixadas, ou seja, 7,50 meticais para o perímetro urbano e 10,00 Meticais para fora do perímetro urbano. Anteriormente e mesmo agora no período de tréguas aceite pela FEMATRO em negociações com o Governo na noite do dia da revolta popular, i.e., terça à noite, os preços que vigoram são 5,00 e 7,50 para os respectivos casos.
De acordo com Rogério Manuel “a FEMATRO não está a discutir com o Governo a tarifa dos transportes pois ela já foi acordada e fixada pelo governo. Neste momento estamos a discutir com o governo a sua efectivação”.
Para o líder da FEMATRO o que pode vir a acontecer é “haver subsídios nos preços”. Instado a responder quem irá financiar tais subsídios, Rogério Manuel foi categórico: “quem vai subsidiar os preços é o Estado”.
Ou seja, o governo para manter os actuais 5 Meticais para o perímetro urbano e 7,5 para as restantes áreas da Cidade de Maputo e Matola, terá de arranjar mecanismos que cubram o remanescente entre 7,50 e 10,00 MT.
Entretanto, outras fontes próximas das negocia챌천es que decorrem entre o governo mo챌ambicano representado pelo Ministro dos Transportes e Comunica챌천es, António Munguambe, bem como pelo Ministro das Finan챌as, Manuel Chang, indicam que a solu챌찾o da crise de transportes de passageiros, que prevalece em Maputo, Matola e arredores, poderá passar por subsídios aos pre챌os dos combustíveis para os transportadores licenciados. E isto só para o caso dos que estejam a operar na Cidade de Maputo e Matola, n찾o se aplicando o mesmo critério aos restantes pontos do país.
Essa hipótese de só os operadores de «chapas» de Maputo e Matola virem a ser contemplados pelos subsídios governamentais aos combustíveis, não está ser bem vista pelos restantes operadores de outras rotas, designadamente as inter-provinciais. “O subsídio deve-se estender por todos os operadores. Os carros saem da Cidade de Maputo, por isso o governo deve subsidiar-nos” disse ao Canal, um dos operadores que pediu o anonimato.
O povo n찾o tem que negociar com o Governo o direito ao transporte
Entretanto, o deputado da Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Maputo e da Bancada da Renamo, Eduardo Namburete, falando em nome do seu círculo eleitoral, disse que as manifestações ora verificadas, resultam da decisão do governo e dos transportadores de aumentar as tarifas para “níveis inaceitáveis e intoleráveis para a maioria dos citadinos”.
“Esta decisão por si só mostra o quanto o Governo da Frelimo, ao mesmo tempo que propala a sua preocupação com o bem estar das populações, retira a mínima possibilidade de estas populações se erguerem da miséria imposta por políticas demagógicas que governam o país há mais de 30 anos” afirmou Namburete.
Para este deputado da Renamo “o povo não tem que negociar o direito ao transporte, da mesma forma que não tem que negociar com o governo o direito à educação, habitação, saúde, etc..”
“Um direito é um direito e uma obrigação é uma obrigação” lembrou Eduardo Namburete.
Aquele deputado da oposição criticou veementemente a acção policial que resultou na morte de cidadãos e causou ainda “centenas de feridos”.
“O Governo deve aparecer publicamente e assumir total responsabilidade pelas mortes causadas pelas balas da PRM”, defende Eduardo Namburete.
O que diz a Frelimo
Numa conferência de imprensa convocada para reagir às manifestações, o Secretário-geral da do Partido Frelimo, Filipe Paúnde, condenou as manifestações e acusou os manifestantes de violarem os direitos das crianças que segundo este dirigente partidário “foram usadas como escudos”.
“O uso de crianças nas manifestações como escudos, constitui uma violação muito grave dos direitos das crianças”, defende Paúnde.
De acordo com o SG da Frelimo, “as manifestações são intoleráveis, pois ainda havia espaço para o diálogo”.
“Da mesma forma que o governo está a dialogar com os transportadores, achamos que os manifestantes deviam em primeiro lugar, procurar mecanismos para dialogar com o governo. Daí que, condenamos essas manifestações bem como os actos de vandalismo verificados”, afirmou Paúnde.
De referir que enquanto n찾o se conhecer o desfecho das negocia챌천es entre o governo e a FEMATRO, os transportadores foram convidados por Rogério Manuel a suspender a aplica챌찾o da nova tarifa continuando a oferecer os servi챌os normais de transporte aos cidad찾os. Contudo, até ontem eram muito pouco dos chapas que retomaram a actividade. Os poucos que o fizeram estavam a operar apenas e sobretudo dentro do preímetro urbano. Para os subúrbios estavam a operar viaturas sem condi챌천es adequadas. Os transportes estavam a ser efectuados em cami천es e carrinhas de caixa aberta em viaturas a abarrotar.
Outra vers찾o
Fonte de uma associa챌찾o de Maputo dos transportadores confidenciou ao «Canal de Mo챌ambique» que a maioria dos transportadores n찾o irá retomar as actividades sem que o governo subsidie os combustíveis.
Disse-nos ainda essa mesma fonte que nos pede anonimato que o governo quer anunciar a sua decis찾o final apenas na sexta-feira da próxima semana.
(José Belmiro)
2008-02-08 06:03:00