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De: misabelantunes1  (Mensaje original) Enviado: 08/02/2008 14:03

“Uma população que não fala não é um risco? Aonde se oculta o diapasão da sua voz?”- José Craveirinha

Maputo (Canal de Moçambique) - Ao momento que escrevo estas linhas, nas cidades de Maputo e Matola que na passada terça-feira viveram uma situação de “terramoto social”, já se nota uma visível acalmia e com a vida paulatinamente a regressar à normalidade. Os transportes semi-colectivos que na última quarta-feira não se fizeram às ruas começam timidamente a regressar à sua rotina de todos os dias. Contudo, o cenário não me parece ser merecedor de euforias. Vive-se um cenário que prefiro denominar de, “paz podre”. Os transportadores estão na expectativa de ouvir do governo as possíveis saídas para que eles não se vejam obrigados a ter que aumentar o preço dos transportes semi-colectivos. Aliás, a demonstração de força feita pela população das duas referidas cidades mostra que qualquer nova tentativa de aumentar os preços dos transportes semi-colectivos de passageiros pode desembocar num cenário, provavelmente muito pior que o da passada terça-feira. Temos que nos lembrar que na quarta-feira os transportadores não saíram a ruas e, mesmo sem cenas de violência, a cidade de Maputo simplesmente parou. Em suma, o governo do dia está encurralado. Ou faz cedências que agradem os transportadores e, por via disso, aos utentes dos transportes semi-colectivos ou corre o risco de ver a sua legitimidade terrivelmente corroída.
Mas neste momento em que se vive na ressaca dos acontecimentos da passada terça-feira talvez tenhamos de procurar as razões de teremos chegado ao actual estado das coisas. Uma primeira explicação pode ser encontrada no facto de, o governo do dia, pese o facto de ter colocado como urgência da sua agenda o «combate contra a pobreza absoluta» pouco estar a fazer para que os muitos pobres absolutos que o país tem melhorem a sua condição de vida. Só isso explica que em três anos de poder, o Executivo não tenha traçado uma estratégia credível para o vital sector de transportes urbanos e inter-urbanos. O executivo sempre optou por soluções experimentais que sempre mostram resultados falíveis. Experimentou-se a alternativa do comboio e também a dos autocarros movidos a gás. Os factos no terreno mostram que as duas alternativas estavam longe de resolver um problema que é grave e muito sério. E no meio de tanta crise de transporte vimos o ministro a inaugurar cinco autocarros de luxo comprados pela empresa pública de transportes, a «TPM». Só quem não está empenhado em “combater a pobreza absoluta” pode se dar a tremendo luxo. E como a prioridade que o presidente Armando Guebuza tem na sua agenda é “combater a pobreza absoluta” não parece sensato que ele mantenha no seu governo quem priorize luxos.
Mas se as manifestações da passada terça-feira tiveram como principal catalizador a subida dos preços dos transportes semi-colectivos muitos dos manifestantes não deixaram de lembrar que a cada dia que passa outros produtos vão tendo preços mais altos o que torna o custo de vida mais elevado. Por aqui pode-se depreender que há urgência de repensar toda estratégia do muito propalado “combate contra a pobreza absoluta”. Em outro momento, em outro lugar, escrevi que no fim do seu mandato o presidente Armando Guebuza poderá ser acusado de ter combatido a pobreza absoluta de uns e de se ter esquecido de combater a mesma pobreza absoluta de outros. Já me explico; a estratégia de “combate contra a pobreza absoluta” que está a ser levada a cabo pelo executivo prioriza os distritos que recebem cada um 7milhões de Mt para vários fins. Esta estratégia parece indiciar que os “pobres absolutos” só se encontram nos distritos e todos os habitantes das cidades já venceram a pobreza absoluta e não precisam de uma atenção do governo. Mas, os factos parecem indiciar que quem na passada terça-feira levantou-se contra os preços dos transportes semi-colectivos foram os que continuam à espera que o governo do dia os contemple no seu “combate contra a pobreza absoluta”, sejam eles “malfeitores ou marginais” como os chamou o vice-ministro do Interior, José Mandra. “ Malfeitores ou marginais” uma coisa é certa: nos meios urbanos há muita gente que pelas mais variadíssimas razões vê a sua condição sócio-económica a deteriorar-se a cada dia que passa ao mesmo tempo que se assiste a elite política e os seus acólitos pavoneando-se em luxos e a exibirem sinais exteriores de “riqueza absoluta”. E só os que vivem obcecados pela ideia que os moçambicanos são incapazes de se sublevar perante situações de injustiça vêm malfeitores onde estava um povo revoltado. Os acontecimentos da passada terça-feira podem ser sinal claro de que muitos moçambicanos já se cansaram de ver a bicha da vida a andar só para os que estão na linha da frente. Como também foi um aviso sério ao governo do dia que está na obrigação de mostrar de uma vez por todas que o seu “combate contra a pobreza absoluta” é assunto sério e não chavão para ser repetido pelo militantes do partido no poder mesmo quando o momento é inconveniente. Porque afinal, “o povo é quem mais ordena!”
(Celso Manguana)


2008-02-08 05:56:00


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