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notcias: MAIO EXPLICADO A UM FILHO
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De: misabelantunes1  (Mensaje original) Enviado: 03/05/2008 13:37
LEONOR FIGUEIREDO

Querido filho,
Perguntas-me o que foi o Maio de 68. Desta vez, confesso, apanhaste-me de surpresa. Não é de repente que se fala dele. Mas posso dar-te umas pistas. Depois vai ao Google e terás muitas pontas por onde pegar. Mais do que as barricadas, ocupação de universidades e confrontos com a polícia - impressionei-me com o dia em que as porteiras (será que alguma era portuguesa?) desfilaram em Montmartre. Empunhavam cartazes onde se lia: "Nós também temos direito à palavra!" Fiquei a pensar. O Maio de 68 foi um tremor de terra que até levou as concierges para a rua.
Ao que parece tudo começou na universidade de Nanterre, ali perto, porque os estudantes queriam liberdade sexual. Depois o movimento alastrou à Sorbonne - fica no Quartier Latin -, um dos bairros onde se acolhiam intelectuais e estudantes. A Sorbonne é fechada, estudantes são presos. Seguiram-se manif's e barricadas. Em Paris só se andava a pé. Não havia gasolina nem transportes públicos. A polícia apanhou com muitas pedras retiradas das calçadas, deixando à vista a areia de Paris. A praia...Houve muitas centenas de estudantes e polícias feridos e carros incendiados. Na noite mais violenta os estudantes montaram dezenas de barricadas.
A certa altura os sindicatos entraram na festa dos estudantes. A greve geral deixa a pouco e pouco Fran챌a num caos. Fábricas e empresas fecharam. Dez milh천es sem trabalhar. Mas a simpatia inicial com que se ouvia os estudantes dizer " é proibido proibir", "n찾o mudemos de emprego, mas o emprego da vida", "ter tempo para amar e para aprender a amar" -, acabou.
Quase no fim do m챗s os sindicatos conseguem aumentos e mais férias. Largam a estudantada, que os acusam de traidores. A maioria silenciosa gaullista faz uma imensa manif, sinal tudo estava a terminar. Mas o que parecia a derrota entrou nos costumes. As pessoas aprenderam a contestar, a ter autonomia, a respeitarem a diferen챌a, a viverem a revolu챌찾o sexual. E outras coisas. Olha, estou atrasada, há muito mais, mas tenho de ir trabalhar. N찾o te esque챌as de ir ao Google. Deixo-te com uma das palavras de ordem: "Nem deus, nem dono". Que achas? Escreve-me. M찾e.|
MAIO EXPLICADO A UM FILHO

LEONOR FIGUEIREDO
Querido filho,
Perguntas-me o que foi o Maio de 68. Desta vez, confesso, apanhaste-me de surpresa. Não é de repente que se fala dele. Mas posso dar-te umas pistas. Depois vai ao Google e terás muitas pontas por onde pegar. Mais do que as barricadas, ocupação de universidades e confrontos com a polícia - impressionei-me com o dia em que as porteiras (será que alguma era portuguesa?) desfilaram em Montmartre. Empunhavam cartazes onde se lia: "Nós também temos direito à palavra!" Fiquei a pensar. O Maio de 68 foi um tremor de terra que até levou as concierges para a rua.
Ao que parece tudo começou na universidade de Nanterre, ali perto, porque os estudantes queriam liberdade sexual. Depois o movimento alastrou à Sorbonne - fica no Quartier Latin -, um dos bairros onde se acolhiam intelectuais e estudantes. A Sorbonne é fechada, estudantes são presos. Seguiram-se manif's e barricadas. Em Paris só se andava a pé. Não havia gasolina nem transportes públicos. A polícia apanhou com muitas pedras retiradas das calçadas, deixando à vista a areia de Paris. A praia...Houve muitas centenas de estudantes e polícias feridos e carros incendiados. Na noite mais violenta os estudantes montaram dezenas de barricadas.
A certa altura os sindicatos entraram na festa dos estudantes. A greve geral deixa a pouco e pouco Fran챌a num caos. Fábricas e empresas fecharam. Dez milh천es sem trabalhar. Mas a simpatia inicial com que se ouvia os estudantes dizer " é proibido proibir", "n찾o mudemos de emprego, mas o emprego da vida", "ter tempo para amar e para aprender a amar" -, acabou.
Quase no fim do m챗s os sindicatos conseguem aumentos e mais férias. Largam a estudantada, que os acusam de traidores. A maioria silenciosa gaullista faz uma imensa manif, sinal tudo estava a terminar. Mas o que parecia a derrota entrou nos costumes. As pessoas aprenderam a contestar, a ter autonomia, a respeitarem a diferen챌a, a viverem a revolu챌찾o sexual. E outras coisas. Olha, estou atrasada, há muito mais, mas tenho de ir trabalhar. N찾o te esque챌as de ir ao Google. Deixo-te com uma das palavras de ordem: "Nem deus, nem dono". Que achas? Escreve-me. M찾e.|


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