Maputo (Canal de Moçambique) – Para refelectir sobre o passado, presente e futuro da região austral da Africa, no contexto dos recentes ataques contra cidadãos negros estrangeiros na vizinha Africa de Sul, que vitimaram milhares de pessoas, causando mais de meia centena de mortos, entre eles muitos moçambicanos, o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais do Instituto Superior de Relações Internacionais (CEEC/ISRI) convidou uma académica sul-africana, Dra Nomfundo Mugapi, directora do programa sobre trauma e transição no Centro de Estudos de Violência e Reconciliação da Africa do Sul para um debate coms os estudantes, investigadores e docents do ISRI. No debate que teve lugar no passado dia 5 de Junho corrente, no Hotel VIP em Maputo, a académica sul-africana apresentou aquilo que considera serem as causas que estiveram na origem dos ataques xenófobos na Africa do Sul e possíveis solu챌천res para o futuro. A académica sul-africana não popou os governos de origem dos emigrantes que abundam na Africa do Sul, e responsabilizou estes por aquilo que ela considera de “políticas erradas” que levam “os seus cidadãos a procurarem refúgio na Africa do Sul”, disse Nomfundo Mugapi na sua alocução. Esta académica reconhece outras causas, como a frustração de alguns sul-africanos com a situação de pobreza que vivem no seu país, bem como aquilo que chamou por “cultura de violência” que reina no seio dos sul-africanos, mas alegou que a emigração massiva par aAfrica de Sul por parte de muitos cidadãos de países da região, “deve-se em parte às políticas erradas dos respectivos governos”. Citando Zimbabwe no que concerne à violação dos direitos humanos e Moçambique no referente a políticas macroeconómicas incorrectas, a sul-africana justificou a sua posição. Quer dizer com isso a académica sul-africana que “não fosse pelas políticas erradas praticadas pelos governos de origem dos imigrantes, na Africa do Sul não estariam tantos estrangeiros como há hoje”, que chegam a criar um sentimento de revolta pela parte dos povos autóctenes. Reconhecida a apatia de governo de Mbeki A interven챌찾o dos estudantes e docentes do ISRI, bem como dos investigadores do CEEI, foram todas no sentido de exigir responsabilides ao governo sul-africano pela notável falta de ac챌찾o antepada para travar os ataques xenófobos, onde alguns chegaram a exigir que o governo sul-africano indemnizasse os estrangeiros lesados. A académica sul-africana reconheceu a alegada apatia do governo do seu país no concernente à protecção dos cidadãos vítimas dos ataques xenófobos, mas preferiu avançar com as recomendações para o futuro. Dra Nomfundo Mugapi recomenda que os países da região âmudem de políticas sociais e económicas vigentes nos respectivos países, para que os seus cidadãos não olhem para Africa do Sul como um refígio onde vão buscar a sobrevivência, mas sim como um país vizinho, onde podem recorrer para procurar melhorar as condições da vidaâ. SADC apática A dado passo da sua alocução, a acdémica sul-africana viria a classificar a Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) de ser uma organização que “nada faz para resolver os asuntos que apoquentam a região”. A violaçãos dos direitos humanos no Zimbabwe, foi o exemplo preferido pela académica sul-africana para ilistrar o quanto “apática é a SADC”. Dra Nomfundo entende que “a SADC devia prestar contas aos cidadãos sobre as suas activides, tanto no respeitante a luta contra a violação dos direitos humanos que tomaram conta da região, bem como em todas as suas actividades”. Para a académica sul-africana aqui citada, “com uma SADC activa, os ataques xenófobos ocorridos na Africa do Sul, podiam ter sido evitados”. (Borges Nhamirre) |