26/08/2010
Estudantes moçambicanos poderão estar entre os primeiros a frequentar a Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab), a funcionar na cidade brasileira de Redenção, no Estado do Ceará.
Cinquenta por cento dos alunos a frequentar a Unilab serão brasileiros e os restantes cinquenta por cento serão repartidos por estudantes provenientes de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Macau.
Os cinco primeiros cursos terão 350 vagas, sendo 175 para brasileiros e 175 para alunos estrangeiros. As opções serão: enfermagem, agronomia, administração pública, engenharia de energia e licenciatura em ciências da natureza e matemática. Cada curso terá 70 vagas.
A lei que cria a Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira foi sancionada no passado dia de 20 julho pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. A projecção é de que a universidade atenda 5 mil estudantes de graduação.
Paulo Speller, empossado reitor da Unilab na quarta-feira (25), disse a jornalistas que a universidade vai se bater por um modelo capaz de fornecer uma formação e certificação que valham no Brasil e no país de origem dos seus alunos estrangeiros.
“Estamos a procura de um modelo de formação compartilhada e até de certificação compartilhada, conjunta, entre duas e até mais universidades. A ideia é que esse profissional sempre retorne para o país de origem”, disse Speller, que foi reitor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e preside a Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE).
O reitor disse que a certificação compartilhada é possível. “Já temos experiências de algumas universidades na graduação e na pós-graduação. Em outros países também acontece. É viável”, afirmou. “Teremos que atender a legislação dos dois países para que a pessoa tenha um diploma que seja válido aqui e lá”, disse.
De acordo com o reitor, o objectivo é que, “a médio prazo”, a certificação seja reconhecida em todos os países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Para incentivar a volta dos estrangeiros para casa após a graduação, a fase final dos cursos e a cerimônia de colação de grau deverão ser feitas no país de origem. “Tudo isso faz com que diminua a probabilidade de que ele (aluno estrangeiro) fique no Brasil”, disse o reitor.
Actualmente, a universidade tem 15 professores redistribuídos de outras universidades federais e 15 funcionários técnico-administrativos. Novos concursos para selecção de professores serão abertos nos próximos dias, de acordo com o reitor.
A selecção dos alunos estrangeiros está ainda a ser definida, mas já se prevêm três opções possíveis. O mais provável, segundo Speller, é que a selecção seja feita em integração com as universidades parceiras nos próprios países dos estudantes. Outra opção é que as representações diplomáticas do Brasil nos outros países façam a selecção.
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