O Circo Chen instalou-se nos terrenos da antiga Feira Popular, em Entrecampos, onde apresenta o espectáculo de Natal. Até 9 de Janeiro, o local voltará a ser de diversão.
"Reactivámos um sítio que estava degradado e agora vamos dar-lhe vida." As palavras são de Miguel Chen, que, desta vez, optou por montar a tenda e o espectáculo de Natal nos terrenos da antiga Feira Popular de Lisboa. Simultaneamente, irá decorrer uma feira de gastronomia, de artesanato e várias diversões que irão relembrar, em parte, a Feira Popular.
A iniciativa partiu do Circo Chen e vai decorrer entre 26 deste mês e 9 de Janeiro. As tendas já estão praticamente montadas, depois das limpezas do enorme recinto, feitas pelo próprio circo. Miguel Chen admite, ao DN, que a tarefa causará um aumento de custos, mas acredita que irá atrair "muita gente". Escusou-se a fazer contas à iniciativa de voltar a trazer animação ao recinto da antiga Feira Popular. "Apenas depois de concluídos todos os espectáculos será possível saber", disse. Há uma área reservada ao estacionamento dos visitantes. A capacidade da tenda é para três pessoas, com uma cobertura impermeável. O preço dos bilhetes varia entre os 10 e os 30 euros.
A iniciativa de reavivar este local - que durante três décadas foi o centro de diversões da cidade e está encerrado há sete anos - é vista com agrado por muitos dos residentes na zona. "É melhor olhar pela janela da nossa casa e ver um local onde as pessoas possam divertir-se do que ver um local com prostituição e droga", disse um dos moradores ao DN, aludindo à degradação a que o espaço estava votado. "Lisboa está mais despida' sem a Feira Popular, sentimos a sua falta."
A Feira funcionou em Entrecampos até 5 de Outubro de 2003. Quando fechou as portas deixou do lado de fora milhares de visitantes e 200 feirantes - a maioria obrigada a mudar de vida, outros ainda esperam pela "nova" Feira Popular. Mas nestes sete anos não foi encontrado um espaço para receber os carrosséis e o comboio- -fantasma. Locais como Parque da Belavista, Monsanto e o Jardim do Tabaco chegaram a ser avançados como hipóteses, mas não passaram disso. O local degradou-se ao ritmo de um longo processo judicial. No início de 2005, a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou por maioria a permuta dos terrenos do Parque Mayer, da Bragaparques, por parte dos terrenos camarários no espaço do antigo parque de diversões. O negócio envolveu ainda a venda em hasta pública do lote restante do espaço de Entrecampos, que foi adquirido pela empresa. A Bragaparques exerceu então um direito de preferência e passou a deter a totalidade do antigo espaço de diversões.
Em Julho deste ano, o Tribunal Administrativo de Lisboa anulou a permuta e processo voltou à estaca zero. O tribunal decidiu também anular a hasta pública da restante área da Feira Popular. Com a decisão do tribunal, a Bragaparques voltou a ter a propriedade dos terrenos do Parque Mayer e a câmara posse dos terrenos da Feira Popular.
No próximo dia 26 a diversão assenta arraiais outra vez em Entrecampos. Por mês e meio.
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