Maputo é palco, hoje e amanhã, de uma conferência internacional subordinada ao tema “Desenvolvimento e Diversidade Cultural em Moçambique: homogeneidade global, diversidade local”. O desenvolvimento continua a ser um desafio. Assume-se, muitas vezes, que a homogeneidade cultural é condição única para a sua realização. A proposta é que a diversidade social e cultural é uma realidade presente no processo de desenvolvimento, criando padrões de vida diversos e dignos. Porém, esta perspectiva requer investigação permanente e profunda.
Não poucas vezes, planos de desenvolvimento fracassam, justamente, por não se avaliar a importância da pesquisa do social plural.
Assim, esta conferência é uma tentativa ambiciosa que visa encontrar as múltiplas linhas de um social multidimensional, que se materializa na diversidade permanente, no conflito de percursos e no sincretismo das respostas.
Desta feita, o evento tem como objectivo passar em revista aspectos que têm a ver com a cultura, questões linguísticas e de desenvolvimento. Trata-se de questões que serão respondidas através de comunicações que os académicos irão apresentar, sendo que, depois, serão feitas propostas concretas sobre como avançar para o desenvolvimento.
Para tal, foram identificadas cinco grandes áreas temáticas, cobrindo uma vasta gama de temas e subtemas, desde os culturais, estrito senso, aos desafios colocados no ensino-aprendizagem.
Entretanto, no primeiro dia, Mbuyi Kabunda Badi, professor honorário e membro do Instituto de Estudos Africanos da Universidade Autónoma de Madrid, irá dissertar sobre “Cultura, Identidade e Desenvolvimento em África”. Badi, que é também membro e professor do Instituto Internacional de Direitos Humanos de Estrasburgo e professor de Relações Internacionais da Universidade de Basilea, tem várias publicações sobre conflitos sociais e armados que têm afectado o continente africano.
Já no segundo dia, que por sinal será o último, Anna Maria Gentili - professora de História e das Instituições na África sub-sahariana; na Universidade de Bolonha, Itália; e que foi professora e investigadora do Centro de Estudos Africanos da UEM - irá falar sobre o “Estado, cultura e desenvolvimento em África”.
Para além destas apresentações, estão ainda agendadas, para os dois dias da conferência, intervenções em torno dos seguintes temas: “Cruzamento de olhares, saberes, comunicação, identidades e hibridismos”; “Ensino e aprendizagem”; “Dinâmicas demográficas e económicas”, entre outros.
Participantes
Estima-se que cerca de 200 pessoas participem na conferência. Entre os participantes, contam-se investigadores nacionais e estrangeiros, profissionais da comunicação social, membros de diferentes igrejas, policy makers, membros de instituições governamentais, organizações não-governamentais nacionais e internacionais, fazedores de cultura, membros da sociedade civil e o público em geral.
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