Cerca de 700 mil alunos vão estudar ao relento durante o ano letivo de 2011, que começa dia 17, devido à escassez de salas de aula, indicou hoje o ministro da Educação, Zeferino Martins.
Segundo o ministro, apesar do esforço financeiro que o Governo tem realizado para expandir a rede da educação, o drama da falta de salas de aulas vai continuar este ano, “mantendo uma tendência estacionária dos últimos anos”.
“Tenho muita pena que muitas crianças vão continuar a estudar ao ar livre, mas prefiro isso a deixar que as crianças fiquem em absoluto em casa”, sublinhou o ministro da Educação, que responsabilizou “um orçamento restritivo” como uma das causas da prevalência desse quadro.
A escassez de salas de aula é mais aguda no ensino primário, onde as crianças são obrigadas a estudar debaixo das árvores, ou em salas sem tecto, sendo a situação mais preocupante “nas zonas mais recônditas”, enfatizou Zeferino Martins.
Para o ano em curso, prevê-se que estudem no ensino geral, que inclui o primário e o secundário, pouco mais de 6,7 milhões de alunos, dos quais mais de um milhão são novos ingressos.
Até ao momento, dos cerca de dois milhões de vagas disponíveis para novas matrículas em todo o ensino geral, apenas cerca de 880 mil lugares foram ocupados, traduzindo “um nível de execução de 47 por cento da meta traçada”, indicou Zeferino Martins.
Para as classes com acesso gratuito ao livro escolar, o Ministério da Educação tem disponíveis 14 milhões de livros, que já estão colocados nas sedes dos distritos do país, para permitir a sua distribuição atempada.
SAPO com Lusa
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