Segundo Raul Giesta, administrador executivo da Hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa, há toda uma expectativa em que os prazos para a conclusão dos estudos em curso sejam escrupulosamente cumpridos, considerando que, à partida, o projecto é de baixo impacto ambiental.
Com uma capacidade inicial para gerar 1500 megawatts de energia eléctrica, a barragem será erguida a cerca de 60 quilómetros do empreendimento de Cahora Bassa, este também localizado na província de Tete, devendo ter um comprimento aproximado de 700 metros e 86 metros de altura máxima acima da fundação, com um descarregador de cheias compreendendo 13 comportas.
A construção deverá durar 56 meses, sendo que a primeira das quatro turbinas, de 350 megawatts cada, deverá entrar em operação 50 meses após o início das obras.
Raul Giesta é citado pela Imprensa estrangeira referindo tratar-se do maior investimento realizado pela empresa Camargo Correia no Continente Africano, ela que é a maior construtora de barragens hidroeléctricas do mundo, e responsável, entre outras, pela Barragem de Itaipu, construída sobre o rio Paraná, no Brasil, com uma capacidade de produção estimada em 14 mil megawatts de energia eléctrica.
Nos últimos tempos a construção da Barragem de Mphanda Nkuwa foi alvo de muitas críticas por parte de algumas organizações de defesa ambiental, para quem o empreendimento configura uma séria ameaça ambiental, numa zona que, alegadamente, também apresenta riscos de ocorrência de sismos. Entretanto, tanto os proponentes do projecto como o Governo sempre asseguraram que a obra vai obedecer a todos os requisitos que forem recomendados no relatório de estudo ambiental, de forma a reduzir-se para o mínimo os eventuais impactos negativos ao meio ambiente.
Segundo projecções dos proponentes, a Barragem de Mphanda Nkuwa vai produzir, numa primeira fase, 1500 megawatts de energia eléctrica, 20 porcento da qual será consumida no país e o restante exportado para países vizinhos, como a África do Sul. Recentemente a Barragem de Cahora Bassa, a maior do país, e uma das maiores de África, atingiu um máximo da capacidade de transmissão, nomeadamente de 1920 megawatts.
Refira-se que de há uns anos a esta parte o país tem vindo a ressentir-se da escassez de energia eléctrica para dinamizar o seu desenvolvimento, razão por que vários projectos de desenvolvimento continuam reféns da fraca disponibilidade de energia eléctrica para accioná-los. Essa, segundo posição do Governo, é uma das razões por que as autoridades moçambicanas colocam Mphanda Nkuwa no topo das prioridades.
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