07/04/2011
Os portugueses são o grupo de estrangeiros que mais obtiveram documentos moçambicanos de forma ilícita em 2010, seguidos de paquistaneses e somalis, revelou hoje o Centro de Integridade Pública (CIP), de Moçambique.
“Os cidadãos portugueses, avançam as nossas fontes, lideram os pedidos de emissão clandestina de B.I. (moçambicano) com o objectivo de acederem ao mercado de emprego ou constituição de empresas, evitando os trâmites, a burocracia e morosidade dos processos”, refere uma investigação daquela organização não governamental.
Segundo o CIP, que tem como fins a promoção da integridade, da transparência, da ética, da boa governação e dos direitos humanos em Moçambique, quase 40 por cento dos estrangeiros que adquirem fraudulentamente documentos moçambicanos são portugueses.
A mesma investigação refere que “a corrupção não passou à história na Direção Nacional de Identificação Civil (DNIC), com a introdução do B.I. biométrico imune à falsificação” e que os sectores corruptos se adaptaram aos novos tempos.
O CIP, de que fazem parte conhecidos ex-jornalistas moçambicanos como Marcelo Mosse e Milton Machel, conclui: “No caso de emissão de 100 B.I´s para estrangeiros sem nenhuma documentação num mês, a renda ilícita dos funcionários chega a atingir 50.000 dólares, equiparando-se à renda mensal que o Estado ganha pela emissão destes B.I´s.”.
(RM/Lusa)
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