15/12/2011
O Ministro moçambicano da Indústria e Comércio, Armando Inroga, diz que a futura linha de transmissão de electricidade Tete-Maputo e a bancarização da economia vão ser fundamentais na melhoria do ambiente de negócios em Moçambique e no desenvolvimento de um tecido empresarial forte.
Inroga, que reagia a apelos dos parceiros para que o Governo acelere a implementação de reformas tendentes à melhoria do ambiente de negócios, disse estar já em curso a criação de uma estrutura de redução de custos associados ao desenvolvimento de infra-estruturas de energia e de comunicação, através da fibra óptica, entre outras.
Refira-se que este ano, em termos do ambiente de negócios, Moçambique baixou nos dois índices internacionais que medem o desempenho dos países, nomeadamente o “Doing Business” e o Índice de Competitividade Global.
As dificuldades de financiamento e de acesso ao crédito e os custos de instalação de energia para as empresas são alguns dos principais aspectos que fizeram com que Moçambique não avançasse, sobretudo ao nível do “Doing Business”, um mecanismo de avaliação do ambiente de negócios do Banco Mundial em diferentes países.
Inroga realçou que “Moçambique está a dar passos estruturais para que, na avaliação do próximo ano do “Doing Business”, se sinta ao nível das empresas, que há um bom ambiente de negócios, através da criação de uma estrutura de redução de custos associados ao desenvolvimento de infra-estruturas de energia e de comunicação, por via da fibra óptica e melhoria da banda”.
O governante falava durante um recente debate promovido pelos parceiros de cooperação, entre os quais a Confederação das Associações Económicas (CTA) e instituições internacionais, sobre o ambiente de negócios em Moçambique.
Afirmou que a prevista linha de transporte de corrente eléctrica Tete-Maputo, cuja construção deverá arrancar em 2014, num projecto orçado em cerca de 1.8 mil milhões de dólares norte-americanos, fará com que Moçambique e a região disponham de uma infra-estrutura vital para o escoamento rápido, fiável e seguro de electricidade para os principais pontos de consumo.
Relativamente ao financiamento e acesso ao crédito, Armando Inroga sublinhou que o Fundo de Apoio à Reabilitação Económica (FARE) está a desenvolver um conjunto de acções para financiar instituições micro-financeiras nas zonas rurais, para facilitar a concessão de créditos.
Segundo o Ministro da Indústria e Comércio, os Bancos comerciais devem também alargar as suas actividades às zonas rurais, no âmbito da bancarização da economia, “e eu acredito que essas iniciativas todas vão fazer com que se criem, de facto, condições para se fazer negócio em Moçambique”.
Na sua dissertação, Armando Inroga abordou ainda a questão da qualidade dos produtos e serviços dos ramos comercial e industrial, considerando ser um aspecto importante para que os mesmos sejam competitivos no mercado.
“É importante que os produtos moçambicanos tenham qualidade para serem competitivos no mercado e, para tal, é necessário que os laboratórios e outras instituições de certificação em Moçambique tenham capacidade de avaliar, de modo a que esses produtos sejam reconhecidos tanto no país como no estrangeiro”, disse.
Durante o debate, alguns oradores disseram ser necessária uma vontade política para a implementação de reformas para melhorar o ambiente de negócios, sem o que Moçambique não poderá desenvolver um tecido empresarial nacional forte.
Foram também apontados problemas relacionados com a burocracia, funcionamento da justiça e da educação, defendendo-se que em relação a este último sector é necessário adoptar um sistema de ensino profissional adaptado ao mercado interno.
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