Bloemfontein, África do Sul, 04 Jan (Lusa) - A presença ou ausência de Nelson Mandela nas celebrações, no domingo, do centenário do Congresso Nacional Africano (ANC) é o segredo mais bem guardado do evento que contará com 6 mil convidados VIP e cem mil militantes e simpatizantes.
As festividades - que terão a presença de mais de 40 chefes de Estado e de governo, na sua maioria de África, e inúmeras personalidades da política, das artes e das igrejas sul-africanas - iniciam-se no sábado, mas terão o ponto alto no domingo quando o partido no poder há 18 anos na África do Sul celebra os 100 anos da sua fundação na pequena igreja de Bloemfontein, município de Mangaung, onde foi criado em 08 de janeiro de 1912, e batizado originalmente como Congresso Nativo Africano.
Entre os muitos dignitários que já confirmaram presença em Bloemfontein contam-se os presidentes de Moçambique, Armando Guebuza, de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, do Zimbabué, Robert Mugabe, do Botsuana, Ian Khama, da Nigéria, Goodluck Jonathan e do Uganda, Youeri Musseveni.
O rei da Suazilândia, Mswati III, o arcebispo e Prémio Nobel da Paz Desmond Tutu, o líder do Partido Inkatha da Liberdade, Mangosuthu Buthelezi (que foi dirigente do ANC na sua juventude, antes de criar o Inkatha), o ex-presidente sul-africano Thabo Mbeki, que foi afastado da presidência pelos atuais dirigentes do seu partido, encontram-se também entre as presenças confirmadas pelo ANC.
Nelson Mandela, que é o ícone maior da luta anti-apartheid e figura de proa da História do movimento de libertação mais antigo do continente, está fisicamente debilitado sob o peso dos 92 anos de vida e não é visto em público desde julho de 2010, quando deu uma volta completa ao relvado do estádio Soccer City num "kart" de golfe, antes da final do primeiro Mundial de futebol realizado em África .
Depois de um internamento hospitalar para tratamento de uma infeção respiratória, que fez manchetes em todo o mundo em janeiro de 2011, Mandela tem passado a maior parte da sua existência na pequena aldeia de Qunu, no Cabo Oriental, de onde é natural, rodeado de familiares e amigos mais próximos.
Hoje em Bloemfontein, o comissário nacional em exercício da polícia sul-africana, Nhlanhla Mhkwanazi, dirigiu-se aos cerca de 3 mil agentes que irão garantir a segurança das celebrações do centenário do ANC, alertando-os para a necessidade de não "se envolverem em manifestações partidárias enquanto agentes da autoridade".
"Muitos de vós devem ter votado no ANC ou serem até militantes, mas se os apanhamos a brincar à política lidaremos convosco com severidade. Precisamos de manter uma imagem perfeita do agente de polícia. Não haverá pausas em serviço. Vocês estarão de serviço até ao fim, por isso não bebam porque não toleraremos agentes embriagados", alertou Mhkwanazi, que recordou que a segurança dos seis mil VIP's e dos 100 mil participantes nas cerimónias será a principal missão da polícia.
Foi também decretada uma zona de exclusão no espaço aéreo em torno de Bloemfontein em vigor a partir de sábado e que vigorará até segunda-feira.
AP
Lusa/fim
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