As autoridades governamentais malawianas concordam inclusive que sejam realizados estudos aprofundados por consultores independentes para apurar as implicações que a navegabilidade sobre os rios Chire e Zambeze pode representar para o ambiente, biodiversidade, ecologia e para a segurança dos dois países, segundo disse Fortunato Albrinho, chefe da Área de Relações Internacionais no Ministério dos Transportes e Comunicações.
A questão da navegabilidade do Chire e Zambeze, que chegou a criar um conflito diplomático entre o nosso país e o Malawi, foi um dos temas fortes que esteve na mesa de discussões na reunião de ontem, em Nampula, mas, de acordo com a nossa fonte, o Governo malawiano mostrou-se sensibilizado que se trata de um assunto que deve merecer tratamento especial, pois, do ponto de vista económico e social, mexe com a vida das populações dos dois países.
“O Governo do Malawi mostrou aqui neste encontro que a navegabilidade dos rios Chire e Zambeze para o escoamento de mercadorias importadas ou destinadas à exportação por parte de empresas malawianas mexe com a soberania do nosso país e reconhece que antes de qualquer passo no assunto deve haver um tratamento cauteloso” - reiterou Fortunato Albrinho, que também é chefe da Delegação Técnica de Moçambique para a reunião regional da SADC e Oriente sobre corredores de desenvolvimento.
No entanto, os representantes dos Governos do Malawi e do nosso país no encontro ministerial não avançaram nenhuma proposta relativa à data do início dos estudos, nem do modelo de composição das subcomissões técnicas que ficariam encarregues pela realização dos mesmos.
No mesmo encontro Moçambique, Malawi, Congo-Democrático, Tanzania, Zâmbia e Zimbabwe acordaram em juntar esforços no sentido de melhorar cada vez mais e num ritmo acelerado as infra-estruturas nos corredores de desenvolvimento, sobretudo de Mtwara, Dar- Es-Salaam, Limpopo, Beira e Nacala com vista a propiciar um conjunto de facilidades para promover as trocas comerciais entre os países da SADC.
Sobre esta matéria, o Ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, advertiu que se não houver um cometimento dos países da SADC no concernente à mobilização de investimentos para investir nas infra-estruturas dos corredores de desenvolvimento a agenda de combate à pobreza estará condenada ao fracasso.
Há consenso entre os países membros da SADC que as autoridades moçambicanas têm criado facilidades para que os seus portos continuem a ser uma verdadeira alavanca para o desenvolvimento das nações do “hinterland”. Contudo, um apelo foi feito para que o Governo prossiga com os esforços que tem vindo a empreender no sentido de potenciar o Porto de Nacala, bem como melhorar as infra-estruturas de estradas ao longo daquele “corredor”.
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