O projecto comporta duas linhas de transporte de energia eléctrica. A primeira será de corrente alternada, de 400 quilowatts, e que deverá, para além de ligar as províncias de Tete e Maputo, comportar subestações ao longo do seu percurso para permitir o fornecimento de electricidade aos diferentes pontos de consumo que incluem as províncias de Manica, Sofala, Inhambane e Gaza. A sua primeira fase está orçada em cerca de 951 milhões de dólares norte-americanos.
A segunda linha será de corrente contínua, de 500 quilowatts, orçada em 849 milhões de dólares, ligando directamente as províncias de Tete e Maputo, tendo a vantagem de comportar menos perdas de energia, e tornando-se, por conseguinte, um projecto mais económico.
Com efeito, os contactos estão a ser feitos com a Electrobras, REN e Eskom, empresas de electricidade do Brasil, Portugal e África do Sul, respectivamente, as quais manifestaram o interesse de participar na execução daquele importante empreendimento para a melhoria da qualidade de energia em Moçambique e nalguns países da África Austral.
A aproximação de posições entre a EDM e aqueles parceiros ocorre ao abrigo de um memorando de entendimento havido entre as partes. Em meados do mês passado, a Electrobras esteve a analisar os resultados dos estudos de viabilidade e de impacto sócio-ambiental do projecto, os quais foram solicitados pelo Banco Mundial.
Fonte ligada ao projecto explicou ao “Notícias” que a meta dos contactos em curso é o acordo de accionistas, sabendo-se que a Electricidade de Moçambique vai ser accionista maioritário da infra-estrutura, em representação do Governo moçambicano.
Para já, segundo a mesma fonte, a Electricidade de Moçambique tem o aval do Governo para proceder à escritura pública da futura empresa junto da conservatória, sendo que o nome proposto para a empresa é Sistema Nacional de Transporte de Energia.
Com o projecto pretende-se reforçar a capacidade da rede de transporte de energia eléctrica nas regiões centro e sul, a fim de estabelecer as bases para uma futura expansão da capacidade de distribuição da EDM na região, bem assim permitir o transporte de energia de novos projectos de geração de electricidade, principalmente na província de Tete, entre os quais as centrais térmicas da Vale Moçambique e da Rio Tinto, associadas à exploração de carvão. Outro empreendimento eléctrico é a central a gás de Pande/Temane, na província de Inhambane.
Neste momento, Moçambique enfrenta desafios significativos na área da electricidade, incluindo a reestruturação, reabilitação e o reforço das infra-estruturas de transporte e distribuição. É assim que a espinha dorsal é vista como sendo a plataforma para melhorias significativas no sistema de transporte de energia de alta tensão.
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