O Banco Africano de Desenvolvimento anunciou ontem estar disponível para financiar em 2013 a implementação do Projecto da Linha de Transporte de Energia Tete-Maputo, igualmente designado “Projecto CESUL”, com um valor que pode ascender a 400 milhões de dólares.
A sua concretização vai viabilizar os projectos de produção hidroeléctrica e térmica em curso no Vale do Zambeze e outros emergentes, assegurando o transporte da energia eléctrica a ser produzida para potenciais centros consumidores nacionais e da região.
A disponibilidade do BAD foi manifestada pelo representante residente daquela instituição financeira, Joseph Ribeiro, à margem de uma mesa-redonda que se destinava a discutir sobre “os desafios de Moçambique na área de energia”, no quadro da Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da SADC que hoje termina.
Segundo o representante do BAD, o sector de energia vai necessitar de investimentos muito avultados nos próximos tempos, e os fundos públicos disponíveis precisam de ser suplementados não só com financiamentos como o do BAD mas também com a participação do sector privado.
“Em relação à energia em Moçambique, temos financiado muitos projectos de electrificação rural, mas em 2013 estamos a prever uma contribuição do BAD no projecto de espinha dorsal”, revelou Ribeiro.
“Temos a vontade de participar no projecto, há garantias para o efeito e nós também damos prioridade a este projecto porque não só vai beneficiar Moçambique, mas também vai servir a região. Está planeado que em 2013, quando os estudos de viabilidade e de engenharia financeira estiverem concluídos, o Banco Africano vai participar”, sublinhou.
O Banco Africano de Desenvolvimento propõe-se a financiar o projecto da espinha dorsal por causa do seu efeito multiplicador, porque vai beneficiar uma região inteira, que neste momento se debate com um défice energético para pôr a funcionar em pleno a máquina económica da região e impulsionar um rápido desenvolvimento.
O BAD é um dos principais parceiros africanos para o sector de infra-estruturas. Segundo Ribeiro, a instituição tem desembolsado anualmente 1,2 bilião de dólares para as infra-estruturas em África. “Nos últimos cinco anos investimos cerca de 7 biliões de dólares em infra-estruturas em todo o continente, nomeadamente em projectos de energia, estradas, telecomunicações”, acrescentou.