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General: OUTONO EM PORTUGAL E PRIMAVERA NO BRASIL
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Respuesta  Mensaje 1 de 2 en el tema 
De: webcris  (Mensaje original) Enviado: 21/09/2009 21:09


OUTONO EM PORTUGAL




O outono já chegou - aos arrufos do vento
as folhas num desmaio embalam-se pelo ar...
- vão caindo... caindo... uma a uma, em desalento
e uma a uma, lentamente, vão no chão pousar...

O céu perdeu o azul - vestiu-se de cinzento
e envolveu na neblina a luz baça do luar...
- na alameda onde vou, de momento
a momento, há um gemido de folha a cair e a expirar...

O arvoredo transpira as carícias dos ninhos,
e o vento a cirandar na curva das estradas
eleva o folhareu no espaço em redemoinhos...

Há um córrego a levar as folhas secas em bando...
- e à aragem que soluça entre as ramas curvadas,
parece que o arvoredo em coro está chorando!...

J.G. de Araújo Jorge







PRIMAVERA NO BRASIL








Aprimavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acrediteno calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do solvai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturasnaturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar suavida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimosdevem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, —e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer,no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eramverdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozesnovas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de suanação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, —e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh!Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando asamendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhosprocuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primaveradiferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e sóos poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada deflores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados deflores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Masé certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e aterra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algumdia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homensterão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentesdeste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serãooutros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que poracaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora seentendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural,prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhospara o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemospor estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos:lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbiase vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Oscasulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor doperfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudoisto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — porfidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade.Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.


Texto extraído do livro "Cecília Meireles
- Obra em Prosa -


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Respuesta  Mensaje 2 de 2 en el tema 
De: ZÉMANEL Enviado: 21/09/2009 21:18



 
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