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SAUDE: DIFTERIA
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De: NATY-NATY (Mensaje original) |
Enviado: 28/10/2009 21:22 |
DIFTERIA
Definição
Doença infecto-contagiosa aguda, que ataca as mucosas da garganta e da laringe, atingindo de preferência crianças até 10 anos de idade. Essa doença se não for tratada pode matar pela obstrução da laringe ou pelo comprometimento de outros órgãos vitais do corpo. Os sintomas variam conforme a localização do bacilo nas estruturas do organismo do hospedeiro. Com o sistema de vacinação atual a difteria tornou-se relativamente uma doença rara nos países desenvolvidos e no Brasil apresenta-se de forma endêmica com alguns surtos esporádicos, isso devido ao sistema de vacinação atual que é muito positivo e funciona.
Sinonímia
É também conhecida pelo nome de Crupe.
Agente etiológico
Bacilo Corynebacterium diphteriae, também conhecido como bacilo de Klebs-Loeffler; bacilo Gram-positivo; bactéria aeróbica não-ácido-álcool resistente.
Fisiopatologia
O bacilo penetra no organismo se instalando na superfície da mucosa do trato respiratório, só então liberando a toxina diftérica que entra rapidamente na corrente sanguínea. A toxina produzida leva à necrose tissular local gerando um processo inflamatário, que origina um exsudato esbranquiçado. Todo esse processo dá origem a uma membrana aderente chamada de pseudomembrana, que é composta de leucócitos, hemácias, restos celulares, células epiteliais superficiais e bactérias . Dependendo da quantidade de toxinas diftéricas que é absorvida por via hematogênica é que se pode determinar a gravidade da moléstia. Quanto mais vascularizado for o local da pseudomembrana haverá uma maior absorção da toxina.
Incidência
- Nos países do Terceiro Mundo, ainda é uma doença de incidência significativa, porque a população infantil ainda não está protegida pelo esquema de vacinação, ou em alguns países esse esquema de vacinação nem existe.
- No Brasil há mais casos relatados nas regiões Norte e Nordeste por causa da cobertura de vacinação que ainda é irregular.
- É uma doença que ocorre mais nos meses de outono e inverno.
- Ocorre mais em indivíduos de baixo nível sócio-econômico.
- Predomina mais na faixa pré-escolar, mas atualmente está ocorrendo também em adolescentes e adultos.
Fonte de infecção
O homem.
Reservatório
O homem é o único reservatório do bacilo podendo albergar nas vias aéreas superiores ou na pele.
Período de incubação
Em média de 2 a 6 dias.
Período de transmissibilidade
Pode ser transmissível duas semanas após o início da doença até quatro semanas da evolução do quadro.
Transmissão
- Direta: através de secreções oronasais, e por gotículas de saliva.
- Indireta: através de fômites recém-contaminados: lençóis, chupetas, utensílios, roupas, toalhas, alimentos e em leite que não foi pasteurizado nem fervido. As formas indiretas de transmissão são pouco freqüentes.
Sinais e sintomas
- inapetência;
- prostração;
- mal-estar;
- febre;
- dor na garganta;
- aparecimento de uma membrana amarelada nas amídalas ou na garganta 24 horas após os início dos sintomas;
- tosse seca;
- rouquidão;
- anorexia.
Dependendo da localização da pseudomembrana (membrana com coloração amarelada formada por células mortas, glóbulos brancos e bacilos vivos ou mortos) o quadro clínico da difteria pode variar:
Difteria nasal: confunde-se com um resfriado comum, coriza serosanguinolenta com odor fétido, a respiração pelo nariz torna-se difícil, por causa da inflamação das mucosas e as paredes da narina ficam forradas pela pseudomembrana amarelada.
Difteria faríngea: é a que mais acomete a população. Inicia-se com febre alta, mal-estar geral, palidez, pulso acelerado, dor de garganta. O bacilo instala-se nas amídalas, e começa o processo da formação da pseudomembrana, como as amídalas tem bastante vascularização as toxinas diftéricas passam para a corrente sanguínea rapidamente se disseminando por todo o organismo. Com o desenvolvimento da doença, a pseudomembrana vai aumentando e se sobrepondo, causando dor na garganta, e uma sensação de aperto e dificuldade de respirar e deglutição. Durante o processo infeccioso os gnglios inflamam e aumentam de tamanho, fazendo com que o pescoço fique com uma aparência popularmente chamada de “pescoço de touro”.
Difteria laringotraqueal: quando a pseudomembrana se desenvolve mais na mucosa da laringe ou da traquéia, ocorre os sintomas de disfonia (rouquidão), tosse seca ou rouca, dispnéia, cianose, cansaço intenso, respiração ruidosa, pulso afilado, sudorese, dor torácica e abdominal no ato de respirar.
Difteria maligna: a toxemia é bastante acentuada sendo classificada como hipertóxica. Nesse quadro a toxemia é extrema, palidez intensa, pulso fino e rápido, aumento dos linfonódios cervicais, presença de edema (facies taurina ou proconsular), instalando rapidamente a cianose e o choque toxêmico, seguindo-se do coma e óbito. Na difteria maligna o prognóstico e gravíssimo.
Tipo de paralisia
- paralisia do pálato mole;
- paralisia ocular;
- paralisia facial;
- paralisia do diafragma;
- paralisia de membros.
Diagnóstico
- Exame físico.
- Exame clínico.
- Exames laboratoriais.
- Cultura de material coletado da pseudomembrana.
- Exame bacterioscópio direto.
- Testes sorológicos (pesquisa de anticorpos específicos contra o vírus).
- Imunofluorescência direta em material colhido da orofaringe.
- Método ELISA.
- Prova de Eleck (prova de toxigenicidade).
Diagnóstico diferencial (para não ser confundida com as seguintes doenças com sintomas semelhantes)
- Angina monocítica da mononucleose infecciosa.
- Angina de Plaut-Vincent.
- Monilíase.
- Amigdalite.
- Gengivoestomatite herpética.
- Agranulocitose.
- Laringite viral.
- Epiglotite aguda.
- Rinite catarral.
- Sífilis congênita.
- Síndrome de Guillain-Barré.
Tratamento
O paciente deve permanecer no isolamento respiratório pelo menos durante 10 dias, e só pode ser liberado depois da negativação de culturas de naso e orofaringe.
- Específico: Soro antidiftérico é utilizado imediatamente para o caso positivo de difteria, enquanto a toxina está no sangue. Quando a toxina diftérica já está fixada nas células dos tecidos, não há como impedir as possíveis complicações. Quanto mais rápido o diagnóstico, menos complicações no organismo terá o paciente.
- Antibiocoterapia é indicado sob prescrição médica.
- Se a dieta não for aceita via oral, deve-se administrar via SNG (Sonda Naso Gástrica) ou via endovenosa.
- Instalação de aparelhos de ventilação assistida, quando houver paralisia da musculatura respiratória ou outras intercorrências.
- Secreções devem ser aspiradas freqüentemente.
- Em alguns casos graves é necessária uma traqueostomia para que o paciente possa respirar melhor.
- Repouso no leito.
- A reação de Schick é feita nos comunicantes para verificar a suscetibilidade à doença. Injeta-se por via intradérmica uma quantidade de toxina diftérica. Se o sangue contém anticorpos não há reação no local da aplicação a pessoa é Schick-negativo; se no local da aplicação aparecer uma mancha vermelha, ligeiramente inchada, então a pessoa é Schick-positivo.
- O óbito pode ocorer devido a obstrução das vias áereas respiratórias por membrana desprendida subitamente; miocardite; paralisia respiratória (nervo frênico).
Complicações
- Miocardite diftérica.
- Neurite diftérica.
- Infecção bacteriana secundária.
- Paralisia cerebral.
- Paralisia do véu do palato.
- Insuficiência renal.
- Nefrite intersticial.
- Distúrbios hemorrágicos.
- Coagulação intravascular disseminada, sendo mais frequënte na difteria hipertóxica.
- Obstrução das vias respiratórias pela pseudomembrana e pelas secreções acumuladas.
Sequelas
- ICC.
- Lesão cardíaca permanente.
- Dificuldade de comunicação verbal (fala).
- Mudez.
Profilaxia
Medidas Sanitárias
- Notificação Compulsória às Autoridades Sanitárias.
- Vacinação da população infantil (DPT).
- Comunicantes devem ficar sob vigilncia.
- Vacinação antidiftérica em adultos deve ser precedida pela realização do Teste de Schick.
- Isolamento respiratório porque é uma doença contagiosa por via aéreas superiores.
- Pasteurização ou fervura do leite para matar os bacilos.
- Educação sanitária da população.
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