Dependência da fenciclidina
A fenciclidina (PCP, pó-de-anjo) desenvolveu-se no final da década de 50 como um anestésico, um forte redutor da sensação dolorosa. O uso médico de PCP foi interrompido em 1962 porque os doentes que o tomaram apresentavam, com frequência, intensa ansiedade e delírios e alguns tornaram-se temporariamente psicóticos. A PCP apareceu como droga de rua em 1967 e, frequentemente, foi vendida fraudulentamente como marijuana. Toda a PCP disponível hoje na rua é sintetizada ilegalmente.
A PCP fuma-se, habitualmente, depois de ser polvilhada sobre substncias vegetais, como a salsa, as folhas de menta, do tabaco ou da marijuana. Ocasionalmente, a PCP é consumida por via oral ou por injecção.
Sintomas
A PCP deprime o cérebro e os consumidores, geralmente, ficam confusos e desorientados pouco depois de tomarem a droga. Pode acontecer não saberem onde estão, quem são ou qual é a hora ou o dia em que estão e entrarem num transe como se estivessem hipnotizados. A salivação e a transpiração podem aumentar. Os consumidores podem ser combativos e, como não sentem dor, podem continuar a lutar inclusive quando são agredidos com força. Aumenta também a pressão arterial e o ritmo cardíaco. São frequentes os tremores musculares (agitação).
As doses muito altas de PCP podem provocar subida da pressão arterial, o que pode ocasionar um acidente vascular cerebral, alucinações auditivas (ouvir vozes), ataques epilépticos (convulsões), febre alta com risco de vida (hipertermia), coma e possivelmente morte. O consumo crónico de PCP pode danificar o cérebro, os rins e os músculos. Os consumidores esquizofrénicos estão mais inclinados a tornarem-se psicóticos durante dias ou semanas depois de consumirem PCP.
Tratamento
O tratamento de uma reacção adversa à PCP dirige-se aos efeitos específicos. Por exemplo, administram-se medicamentos para baixar a pressão arterial elevada ou para travar as convulsões. Quando os consumidores de PCP se agitam (como costuma acontecer quando são levados para serem tratados), são colocados numa sala tranquila para que se descontraiam, embora se controle frequentemente a pressão arterial, o ritmo cardíaco e a respiração. Não os ajuda falar-lhes calmamente; de facto, a pessoa pode agitar-se ainda mais. Se o ambiente tranquilo não os acalmar, o médico pode administrar um calmante como o diazepam. Pode introduzir-se uma sonda no estômago e administrar medicamentos para acelerar a eliminação de PCP.
Solventes voláteis e os seus conteúdos químicos
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Produtos
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Produtos químicos
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Adesivos
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Cola |
Tolueno, etilacetato. |
Silicone |
Hexano, tolueno, metiletilcetona, metilbutilcetona. |
Cola de cloreto de polivinilo |
Tricloroetileno. |
Aerossóis
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Tinta en spray |
Butano, propano, fluorocarbonetos, tolueno, hidrocarbonetos. |
Spray do cabelo |
Butano, propano, fluorocarbonetos |
Spray desodorizante, ambientador |
Butano, propano, fluorocarbonetos |
Spray analgésico, nebulizador antiasmático |
Fluorocarbonetos. |
Solventes e gases
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Dissolvente do verniz das unhas |
Acetona, etilacetato. |
Solvente de tintas |
Tolueno, metilenocloreto, metanolacetona, etilacetato |
Diluente de tintas |
Destilados do petróleo, ésteres, acetona. |
Corrector de erros ortográficos e diluente |
Tricloroetileno, tricloroetano. |
Gás de combustão |
Propano. |
Líquido dos isqueiros |
Butano. |
Gasolina |
Hidrocarbonetos misturados. |
Produtos de limpeza
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Líquido de limpeza a seco |
Tetracloroetileno, tricloroetano. |
Limpa-nódoas |
Xileno, destilados de petróleo, cloro-hidrocarbonetos. |
Desengordurante |
Tetracloroetileno, tricloroetano, tricloroetileno. |
Emanações de produtos de doçaria
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Nata batida |
Protóxico de azoto (gás hilariante). |
Ambientadores com nitritos
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Vasodilatadores |
Nitrito de alquilo, nitrito de (iso)amilo, nitrito de (iso)butilo, nitrito de isopropilo, nitrito de butilo. |
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