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FILOSOFIA: Simplesmente Sêneca
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De: NATY-NATY  (Mensaje original) Enviado: 07/11/2009 18:23
 

Simplesmente Sêneca


Durante pouco mais de 500 anos, o pensamento estóico influenciou os mais variados filósofos sem distinção de classe social ou descendência.


Por Matheus Moura


 

Sêneca
kMais que filosofia, Sêneca ainda se propôs a desenvolver algumas tragédias. Apesar de serem textos ricos em fatos, psicologia, inspirações morais e bom desenvolvimento de personagens, faltou-lhes o principal: teatralidade. No total, foram produzidas nove histórias completas. São elas: Hércules Furens; Troades; Phoenissae; Medea; Phedra; Oedipus; Agamêmnon; Thyestes; Hércules Oetaeus.


Sêneca, assim como vários ícones da antiguidade (até mesmo da modernidade) teve criado ao redor de seu nome uma aura de incertezas e mitos. Entretanto, alguns historiadores, pesquisadores e filósofos, como o professor doutor G. D. Leoni (que traduziu as principais obras de Sêneca para o português durante as décadas de 1950 e 1960), acreditam que o filósofo realmente foi aquela pessoa que se mostrava ser por meio de seus escritos.

Por outro lado, há quem defenda que ele nada mais foi que um hipócrita, que pregava algo que estava longe dele mesmo fazer. Isso se deve às bases rígidas do pensamento estóico. Para o Coordenador do Curso de Filosofia da Faculdade Católica de Uberlndia (MG), Gilzane Silva Naves, o moralismo estóico é tão presente que beira ao fanatismo: "Os estóicos em geral, e Sêneca está incluído aí, são tão fervorosos em seus pensamentos, que podem até ser chamados de ortodóxicos", diz.

No entanto, para o coordenador, a filosofia que Sêneca pregava estava "calcada no ideal". "Daí vêm a ideia das contradições no modo de pensar e agir dele, já que, o pensamento que propunha era um ideal e por ser ideal é fisicamente inalcançável. Daí a necessidade dele levar a própria conduta para algo próximo ao realizável. Pois ele estava sujeito ao meio", explica.

Um dos princípios que todo estóico carrega em si diz respeito à busca constante da ausência de sentimento ou melhor, da apatia. "Mas não há como alguém ser completamente alheio aos sentimentos. Não há como alguém renegar completamente os prazeres", avalia Gilzane. E é justamente o ponderar nessa questão que Sêneca se diferencia, por exemplo, de Zenão de Cítio, ou seja, do estoicismo clássico.

Neoestóico

No princípio do pensamento fundado por Zenão, há a negação dos prazeres, a fim de alcançar a felicidade, visto que, não há como ser feliz por meio do que se encontra no mundo físico, repleto de bens materiais. Ao contrário dos epicuristas, antíteses dos estóicos, que buscam a felicidade por meio, justamente, dos prazeres. E então surge Sêneca, "que com uma visão realista de sua época passa a beber da fonte epicurista em meio ao saber estóico. O que o faz ser conhecido também como Neoestóico". Essa característica acaba por nortear a vida do filósofo. No livro "Da Vida Feliz", ele trata das maneiras de se alcançar a felicidade.

No entanto, ela, antes de ser algo desejado, deve ser cultivada. Para ilustrar essa questão, Sêneca escreve: "O prazer [mundano] desvanece- se ao alcançar o ponto mais elevado; tem um espaço limitado e por isso o ocupa depressa; depois vem o aborrecimento, e, após um primeiro impulso, o prazer murcha", o que faz desse tipo de prazer algo incompleto perante a complexidade dos desejos humanos.

E continua ao dizer que "aquele que persegue o prazer coloca todas as coisas em segundo plano, é indiferente à liberdade sacrifica tudo ao seu estômago, não comprando de modo nenhum os prazeres, mas, pelo contrário, a eles se vendendo". Porém, caso o indivíduo se guie apenas pela dor inevitavelmente acaba seguindo o mesmo caminho. Pois, no entendimento dele, o prazer efêmero tem como termo a própria dor.

Sendo assim, evidencia Sêneca, o mais sensato a se fazer é a elevação da consciência - o crescimento da satisfação interna. Ou seja, estreitar a relação do próprio indivíduo com ele mesmo. Isso que dizer também que as pessoas não devem se ater apenas em responder automaticamente a qualquer que seja o estímulo exterior. "A vida feliz é o resultado de um espírito livre, elevado, impávido e constante; acima de qualquer temor ou paixão; para o qual, o único bem é a honestidade e o



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