Política Econômica da Globalização e Saúde Coletiva
A globalização levou a instalação de grandes fábricas de produtos altamente industrializados (eletroeletrônica, carros) em países onde a mão de obra é mais barata. Os países pobres tentam, por outro lado, exportar tais produtos, como fonte de acúmulo de riquezas, mantendo baixas as taxas de inflação no "mundo rico" devido ao baixo preço dos produtos. Há duas conseqüências principais para os países pobres nessa prática. Primeiro há uma estratificação socio-econômica gerada por forças internacionais. Os países que trabalham com o turismo têm uma renda boa, os que detêm empresas exportadoras, um salário razoável e os menos producentes, (rurais) sofrem. Muitas comunidades rurais se tornam marginalizadas. Esses locais sofrem de pobreza crescente, falta de alimentos, desnutrição infantil e aumento do risco de doenças infecciosas. Em segundo lugar, a queda de preços das mercadorias manufaturadas, exportadas num mercado competitivo, onde acordos leais entre governos e empresas não mais ocorrem, levando à manutenção da pobreza. O crescimento de favelas e guetos dentro e fora das cidades é um reflexo de todas essas iniqüidades. Em todo mundo, os residentes pobres das grandes cidades pagam o preço através das diversas alterações em sua saúde. Atividades industriais são geralmente concentradas em regiões mais pobres onde as legislações sobre poluição ambiental são menos rigorosas.