Revolução de Outubro (1917)
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A Revolução bolchevique de Lênin, em 7 de novembro, transferiu o poder político para os socialistas radicais de esquerda na Rússia, uma mudança inesperada a qual satisfazia um Império Alemão exausto de travar uma guerra em duas grandes frentes. A política dos líderes alemães havia sido a de fomentar inquietações ou revoluções na Rússia a fim de forçar os russos a implorarem pela paz. Para este fim, eles haviam arranjado a condução segura de Lênin e seus camaradas do exílio na Suíça a Petrogrado em abril de 1917. Além disso, os alemães financiaram o partido bolchevique, acreditando que Lênin era a arma mais poderosa que eles podiam lançar contra a Rússia.[19]
Após a dissolução do parlamento finlandês, a polarização e medo mútuo entre os social-democratas e os conservadores aumentou drasticamente, uma situação piorada quando o último, após sua vitória nas eleições de outubro de 1917, nomeou um gabinete puramente conservador. Em 1 de novembro, os social-democratas levaram adiante um programa político chamado "Nós exigimos" a fim de pressionar concessões políticas na política doméstica. Eles também planejaram pedir a aceitação da soberania da Finlndia aos bolcheviques na forma de um manifesto em 10 de novembro, mas a situação incerta em Petrogrado paralisou o plano. Depois do inflexível programa "Nós exigimos" ter falhado, os socialistas iniciaram uma greve geral de 14 a 19 de novembro de 1917. Neste momento, Lênin e os bolcheviques, sob ameaça em Petrogrado, insistiram que os social-democratas tomassem o poder na Finlndia, mas a maioria deles eram moderados e preferiram métodos parlamentares, inspirando Lênin a os apelidar de "revolucionários relutantes". Quando a greve geral parecia ter tido sucesso, o "Conselho Revolucionário dos Trabalhadores" votou, por uma pequena maioria, em tomar o poder em 16 de novembro às 5h. O supremo "Comitê Executivo" revolucionário, entretanto, foi incapaz de recrutar membros suficientes para levar o plano adiante e teve que revogar a revolução proposta às 19h do mesmo dia. O incidente, "a revolução mais curta", efetivamente dividiu os social-democratas em dois, uma maioria apoiando meios parlamentares e uma minoria exigindo revolução. As repercussões do evento tiveram um efeito duradouro no futuro do movimento, com diversos líderes poderosos tomando posições dentro do partido.[20]
O parlamento finlandês, influenciado pela greve geral, apoiou as propostas dos social-democratas por dias de trabalho de oito horas e sufrágio universal em eleições locais em 16 de novembro de 1917. Durante a greve, entretanto, elementos radicais da Guarda de Segurança dos Trabalhadores executaram diversos inimigos políticos nas principais cidades da Finlndia Meridional, e os primeiros confrontos armados entre Guarda Civil e Guarda dos Trabalhadores surgiram, com 34 fatalidades reportadas. A Guerra Civil Finlandesa provavelmente teria começado naquele momento se houvesse armas de fogo suficientes no país para armar os dois lados; ao invés disso, iniciou-se uma corrida por armas e uma escalada final para a guerra.[21]